Dilceu Sperafico
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), trouxe novas e importantes informações para a agropecuária e economia de Toledo, Oeste do Estado e do Paraná nos últimos dias. Em visita ao Canadá, a ministra Tereza Cristina informou a autorização oficial para o início da importação de carnes bovina e suína in natura do Brasil. Dessa forma, Toledo e região, entre os principais produtores nacionais, podem comemorar a conquista de mais de 200 novos compradores externos desde 2019, para seus produtos agropecuários.
Toledo, vale lembrar, detém o maior Valor Produto da Produção Agropecuária (VBPA) do Estado há oito anos consecutivos, somando 3,5 bilhões de reais, dos quais um bilhão de reais gerados anualmente somente pela suinocultura, lidera a atividade no Oeste do Paraná e juntamente com municípios vizinhos, pode e deve festejar a ampliação de mercado para a carne suína e derivados, com vantagens para criadores, indústrias do setor, trabalhadores rurais e urbanos, transportadores e demais segmentos econômicos da região.
Após reuniões com autoridades canadenses, a ministra Tereza Cristina comemorou o anúncio, destacando que “essa abertura de mercado faz com que o País ultrapasse duas centenas de clientes para sua agropecuária, conforme estipulado pelo Mapa, e se trata de notícia muito boa para os frigoríficos brasileiros, que podem ampliar suas atividades, empregar mais trabalhadores e levar renda para o interior do Brasil”.
Conforme o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Orlando Leite Ribeiro, levando em conta a participação do País no mercado internacional desses dois produtos é possível estimar que as exportações brasileiras de carnes bonina e suína para o Canadá superem em pouco tempo 150 milhões de dólares por ano.
“Tendo presente que o Canadá não tem imposto de importação para carne suína, isso pode elevar a participação do País nas vendas do produto no mercado canadense, o que é muito bom para o setor. No caso de carne bovina, o Canadá mantém alíquota de 26,5% de importação, mas podemos ter acesso ao mercado via quota da Organização Mundial do Comércio (OMC), de 76,4 mil toneladas anuais, com tarifa de 0%”, afirmou Orlando Leite Ribeiro.
De acordo com especialistas, o ingresso no mercado do Canadá é excelente notícia para o agronegócio brasileiro, pois se trata de um dos mais importantes importadores de alimentos do mundo. Levando em consideração esse potencial, a delegação brasileira durante os encontros com autoridades canadenses tratou de temas como sustentabilidade e cooperação entre os dois países na área de pesquisa e tecnologia. Segundo a ministra Tereza Cristina, Brasil e Canadá são países líderes e comprometidos com agricultura segura, baseada na ciência e sustentável.
Na oportunidade lembrou a postura da delegação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima ou 26.ª Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP26), realizada entre 1º e 12 de novembro de 2021, em Glasgow, na Escócia
Em visita da delegação brasileira à cidade de Ottawa também foram realizadas reuniões com empresas produtoras e exportadoras de potássio do país, para tratar da possibilidade de aumento de exportações do insumo para o Brasil, para que continue ofertando de alimentos e contribuindo com a segurança alimentar do País e do mundo.
O autor é ex-deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado
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