Câncer e tratamento acessível

Por Roberto Amazonas

Outubro e novembro são meses com as duas maiores campanhas de conscientização sobre câncer no Brasil, de mama, em outubro, e próstata, em novembro. Ambos com alta incidência e prevalência na população brasileira. Porém, as iniciativas de tratamento e prevenção não devem se restringir apenas a este período.

O câncer é o principal problema de saúde pública no mundo e já está entre as quatro principais causas de morte prematura (antes dos 70 anos) na maioria dos países. A incidência e a mortalidade da doença aumentam no mundo, em parte pelo envelhecimento, crescimento populacional e devido à mudança na distribuição e na prevalência dos fatores de risco de câncer.

Verifica-se uma transição dos principais tipos de câncer observados nos países em desenvolvimento com um declínio dos que são associados a infecções. Em contrapartida, existe um aumento da melhoria da doença.

No Brasil, a estimativa para cada triênio é de 625 mil novos casos de câncer. O de pele não melanoma será o mais incidente (177 mil), seguido por mama e próstata (66 mil cada). Em homens, o segundo mais frequente será o de próstata, com 29,2% de incidências. Já em mulheres, os cânceres de mama serão responsáveis por 29,7%.

Além das campanhas é preciso ampliar o acesso aos métodos adequados de diagnóstico e, principalmente, de tratamento, como quimioterapia e hormonioterapia.

Como aconteceu durante a pandemia, insumos farmacêuticos ativos podem se tornar escassos ou ausentes, e o desenvolvimento destes insumos, além de importantes no tratamento do câncer, são críticos para estabelecer um papel estratégico da indústria farmoquímica nacional na produção destes insumos. Acesso à saúde sempre, esse é nosso mote.

Roberto Amazonas é nefrologista e professor da PUC-Campinas.

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