A volatilidade do mercado
Após quase dois meses com os preços congelados, e em meio a pressões para não trazer a volatilidade do mercado externo para o Brasil, a Petrobras anunciou que vai aumentar a gasolina em 18,7%; o diesel, em 24,9%; e o gás de cozinha em 16%, reduzindo assim a defasagem da estatal em relação ao mercado internacional, que já beirava os 50%. Parte desse aumento já é reflexo da guerra entre Rússia e Ucrânia, o qual deverá se intensificar à medida que o confronto prossiga.
O barril de petróleo no mercado internacional ultrapassou a marca de US$ 130 (R$ 656, na cotação de hoje) nos últimos dias, com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Quando a companhia anunciou o último aumento, em 11 de janeiro, o produto era cotado a cerca de US$ 83 (R$ 419).
Não é apenas no Brasil. No mundo inteiro isso vem acontecendo. É a volatilidade do mercado e não há o que ser feito. Não é culpa do presidente, do ministro, da classe política. O sistema mundial funciona dessa forma, navegando ao sabor dos ventos da economia.
Alguns dirão que nem sempre foi assim no Brasil. E é a mais absoluta verdade! Afinal, havia uma política de subsídios aos preços praticados pela Petrobras que davam uma falsa sensação de estar tudo bem. O custo disso para a sociedade foi imenso e não se poderia mais mantê-la. Essa política de preços variando de acordo com o mercado, de câmbio livre, pode não ser a mais atraente aos olhos políticos, entretanto, é a mais sábia sob a ótica econômica, que no fim é o que conta.
O mais elementar conceito de economia prega sobre oferta x demanda. Quando há muita oferta e pouca demanda os preços em geral caem, fazendo subir a demanda. Quando ocorre o contrário, que é mais ou menos o panorama de agora, os preços sobem. Matemática simples. E quando os custos sobem e os preços não são reajustados, bom, a conta será paga de um jeito ou de outro, quase sempre de uma forma que dificulta ainda mais a vida do cidadão, pois há aumento de juros, restrições ao crédito, fuga de capitais e por aí afora. Para quem sonha em se tornar uma nação desenvolvida é preciso se acostumar a esses altos e baixos, caso contrário sigamos na Republiqueta de Bananas de sempre…