A soma e o resto

Por Dartagnan da Silva Zanela (*)

Bruce Lee, certa feita havia dito que ele não se impressionava nem um pouco com um homem que, um dia, tenha praticado mil golpes diferentes, mas que ele respeitava profundamente o homem que praticou mil vezes o mesmo golpe.

Dito de outro forma, a prática leva-nos à superação e, deste modo, nos aproxima da perfeição. Aliás, como nos adverte a sabedoria dos antigos, essa tal de repetição é a mãe do aprendizado.

A repetição é a mãe do aperfeiçoamento do corpo, da mente, da alma e do caráter.

As supostas novidades metodológicas irrefletidas, as pedagogices populistas, que são mecânica e burocraticamente impostas, não o são, apesar de serem ovacionadas como se fossem a salvação da lavoura, com seus números artificiosos e índices mefistofélicos.

E por isso mesmo insistimos em lembrar: a repetição é a mãe do aprendizado, não a implementação impensada e constante de toda e qualquer traquitana tecnológica que nos pareça “diferentona”, ou algo que o valha.

Não é à toa que, mais uma vez, os doutos em educação, e os burocratas que compram essas ideias furadas, estão equivocados até o tutano e, não é por acaso que os mestres em artes marciais tem muito mais a nos ensinar do que essa turma toda.

Ao repetirmos algo temos a oportunidade de corrigir nossos erros, lapidar nossos modos, aprimorar o nosso estilo, aquilatar a nossa maneira de ser e, desdenhar o valor disso tudo é muito perigoso, pois, como nos ensina Confúcio, não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros. Erros piores, bem piores que os primeiros, por serem justificados pela soberba que foi aprendida pela falta de correção.

Enfim, por essas e outras que a repetição é mãe, uma boa mãe, já as pedagogices populistas hi-tec, não conseguem nem mesmo ser uma madrasta de conto de fadas.

(*) professor, escrevinhador e bebedor de café. Autor de “A Bacia de Pilatos”, entre outros ebooks.

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