Coamo tem receita global de R$ 30,3 bilhões e distribui sobras de R$ 850 milhões aos cooperados
A Coamo Agroindustrial Cooperativa registrou em 2023 uma receita global de R$ 30,3 bilhões, com um crescimento de 7,6% em relação a 2022, como reflexo do aumento no recebimento e faturamento dos produtos agrícolas, apesar da redução dos preços.
A sobra líquida atingiu o montante de R$ 2,324 bilhões, com um crescimento de 2,9% em relação ao ano anterior, e após a dedução estatutária, um montante de R$ 850 milhões serão distribuídos aos mais de 31 mil cooperados nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Os números do exercício 2023 foram aprovados pelos cooperados dia 15 de fevereiro, em Assembleia Geral Ordinária, na sede da cooperativa em Campo Mourão, que elegeram os membros do novo Conselho de Administração para a gestão 2024/2028, tendo como presidente o engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini.
DESEMPENHO – O Patrimônio Líquido da Coamo atingiu o montante de R$ 10,615 bilhões, representando um crescimento de 17,5% em relação ao ano anterior; e o Ativo Total atingiu o montante de R$ 17,370 bilhões. Os principais índices foram: liquidez corrente 2,76; liquidez geral 1,81; margem de garantia 257,14% e o grau de endividamento de 38,89%, refletindo a boa situação econômico-financeira da cooperativa. Foi gerado e recolhido o montante de R$ 824,905 milhões em impostos, taxas e contribuições sociais.
ANO ATÍPICO – “O ano de 2023 transcorreu de forma completamente atípica em relação aos demais 52 anos da Coamo. Foi um ano com grandes safras, tanto de soja como de milho e trigo e, em contraponto, uma severa crise de liquidez por parte de uma parcela de cooperados. Porém, graças a política de administração praticada desde o início das atividades da Coamo, priorizando a capitalização constante, foi possível suplantar as dificuldades de armazenamento, logística e financeira, e apresentar um excelente resultado aos mais de 31 mil cooperados”, comemora Gallassini.
ESTOQUES – Os estoques de passagem acima dos volumes tradicionais, somados às grandes quantidades das safras recebidas e a baixa comercialização dos cooperados, devido a redução dos preços de comercialização, impactaram na velocidade de recebimento, na capacidade de armazenagem e na logística de escoamento da produção.
A queda dos preços das commodities agrícolas em confronto com os altos custos dos insumos adquiridos em 2022, refletiram seriamente na rentabilidade da atividade, com consequências nos índices de inadimplência do setor como um todo.
Contudo, apesar das grandes dificuldades apresentadas durante o ano, sob todos os aspectos relatados, a Coamo comemora bons resultados econômico-financeiros e um alto volume de sobras a distribuir.
PRODUÇÃO – Em 2023 a Coamo recebeu a maior safra de produtos agrícolas da história num total de 9,962 milhões de toneladas, representando 3,1% da produção brasileira de grãos, com uma capacidade de armazenamento de 6,0 milhões de toneladas de grãos. Segundo o relatório apresentado pela diretoria na Assembleia Geral, nos armazéns o estoque de passagem estava excessivamente alto – completamente fora do histórico da cooperativa – que somado à grande safra de grãos recebida, o baixo volume de fixação por parte dos cooperados e interrupções de rodovias com destino à Paranaguá, obrigou a Coamo a recorrer por soluções alternativas de recebimento como silos bolsa, armazéns infláveis, aluguéis de armazéns de terceiros, piscinas a céu aberto e moegas, o que também teve reflexo nos custos de armazenagem e morosidade no recebimento desses produtos.
INDUSTRIALIZAÇÃO – No parque industrial foi acrescentada a fábrica de ração para ruminantes e monogástricos com capacidade de 200 mil toneladas por ano, que entrou em produção no mês de setembro, obtendo aceitação por parte dos cooperados. O parque industrial da Coamo em campo Mourão e Paranaguá, no Paraná, e em Dourados, no Mato Grosso do Sul, conta com um total de três indústrias de esmagamento de soja, duas refinarias de óleo de soja, dois moinhos de trigo, uma fábrica de gorduras e margarinas, uma fiação de algodão e uma torrefação de café. “A industrialização da soja e do trigo contribuíram significativamente para os bons resultados obtidos pela Coamo neste ano e o uso de novas tecnologias e métodos inovadores fazem parte da busca constante da cooperativa para oferecer ao mercado consumidor, produtos cada dia melhores e agregar valor à produção entregue pelos cooperados”, explica o presidente Executivo Airton Galinari.
MERCADO – Em 2023 a Coamo obteve volumes recordes de exportação, especialmente de soja, farelo de soja e milho, atingindo o montante de 4,866 milhões de toneladas de produtos, com um crescimento de 131,0% em relação ao ano anterior. O faturamento das exportações atingiu o montante de US$ 2,226 bilhões, representando um crescimento de 88,1% em relação ao ano de 2022. Esses volumes congestionaram os portos e encareceram a logística, com filas de navios de mais de 3 meses. “A Coamo teve que utilizar portos mais distantes para escoar a produção destinada para 30 países da Europa, América, Ásia e África. Foram utilizados os portos de Paranaguá e Antonina, no Paraná, São Francisco e Imbituba, em Santa Catarina, Rio Grande, no Rio Grande do Sul e em Santos, São Paulo”, informa o diretor Comercial Rogério Trannin de Mello.
INVESTIMENTOS – Para agilizar o recebimento e armazenagem da produção dos cooperados, além de ampliar e modernizar a infraestrutura nas diversas áreas com o incremento da verticalização para agregar valor às atividades dos cooperados, os investimentos da Coamo em 2023 totalizaram R$ 569,714 milhões. Esses investimentos foram aplicados na conclusão dos novos entrepostos e escritórios administrativos em Campo Mourão, Engenheiro Beltrão e Bragantina, no Paraná, em Rio Brilhante e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, entre outras atividades.
FUTURO – Em dezembro de 2023 foi realizada Assembleia Geral Extraordinária com aprovação pelos cooperados de investimentos para o triênio 2024 a 2026, no montante de R$ 3,5 bilhões, referente as construções de novas unidades.
APOIO – “O nosso muito obrigado aos cooperados pelo apoio e confiança no nosso trabalho a frente, da Coamo, que ao longo desses 53 anos promove um cooperativismo de resultados com solidez e segurança, e grande participação do quadro social”, comemora Gallassini.
CAMPO MOURÃO