CNI: produtividade na indústria cai ao nível mais baixo desde início da pandemia
Medida como o volume produzido dividido pelas horas trabalhadas na produção, a produtividade retorna assim ao patamar mais baixo da série desde o início da pandemia da covid-19. Na mesma comparação entre os trimestres, o volume produzido caiu 1,9%, enquanto as horas trabalhadas tiveram recuo menor, de 0,6%.
De acordo com o estudo da CNI, o indicador está em queda desde o último trimestre de 2020. Se comparado com o terceiro trimestre de 2020, quando foi registrada a última alta do indicador, a perda acumulada chega a 7,6%. “Com isso, a produtividade retorna ao patamar do segundo trimestre de 2020, momento grave da crise causada pela pandemia, logo após seu início no Brasil”, diz a entidade.
Essas quedas consecutivas do indicador de produtividade na indústria de transformação refletem, segundo a gerente de política industrial da CNI, Samantha Cunha, o “ambiente de elevadas incertezas, prejudicial ao investimento e, consequentemente, à recuperação da produtividade”. “No curto prazo, pesam dificuldades como a falta de insumos e a pressão sobre os custos de produção.”
Apesar disso, a indústria, no longo prazo, espera por uma melhora no indicador. “A expectativa é de retomada do crescimento da produtividade, puxada por oportunidades de investimentos nas novas tecnologias digitais, na implementação das redes 5G, considerada base para a digitalização, e em tecnologias verdes, que ganham importância diante da crise climática”, afirma Samantha.
Queda acumulada
No acumulado em quatro trimestres (até o terceiro trimestre de 2021), a produtividade do trabalho tem queda de 2,4% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo projeções da CNI, para que a queda em 2021 fosse menor que 2%, a produtividade do trabalho na indústria de transformação teria de registrar alta acima de 7% nos últimos três meses do ano.
“O ano de 2021 será o segundo ano consecutivo de queda do indicador, que deve cair mais de 2%. A maior queda registrada pelo indicador desde 2000, início da série histórica, foi de 2,2%, em 2008, ano marcado pela crise financeira global”, destaca a entidade.
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