Clima irregular prejudica lavouras na Região Oeste
Da Redação
TOLEDO
As lavouras de milho segunda safra 2023/24 (safrinha) tem sofrido com a falta de chuva e o calor intenso Nas últimas semanas. A mudança no clima no último fim de semana trouxe um pouco de alívio aos produtores da região. Contudo, o estado das lavouras ainda é preocupante.
Dados atualizados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento apontam uma quebra na produtividade do grão que foi plantado em uma área de 449.478 hectares. “Tínhamos uma expectativa de 3.100.000 toneladas e hoje trabalhamos com redução de 15%, uma previsão de colher 2.500.000 toneladas”, comenta o técnico Paulo Oliva.
Ele pontua que no início do plantio as expectativas eram positivas. Contudo, as avaliações mês a mês tem mostrado resultados desanimadores e preocupantes, com probabilidade de mais redução nos próximos relatórios.
“Nós passamos por um período sem chuva e altas temperaturas e esses fatores têm deixado os produtores muito preocupados e as lavouras em condições complicadas. Muitas expectativas frustradas”.
Oliva cita que em algumas áreas da Regional de Toledo, a perda do milho safrinha foi de 100%. Outras regiões apresentam condições regulares. “São situações pontuais, no geral os produtores estão desanimados. Tivemos um período com muita seca ou algumas precipitações bem irregulares”.
Por conta do clima muito seco, o técnico Oliva acrescenta também que houve uma incidência de praga no milho safrinha em algumas regiões, mas que está sendo controlado pelos produtores. Apesar do manejo na lavoura, a estiagem tem sido o fator mais preocupante. “Esse é um período muito importante para o desenvolvimento das lavouras que necessitam de umidade”.
CONDIÇÕES – De acordo com dados do Deral, 65% das lavouras apresentam boas condições, 30% médias condições e apenas 5% condições ruins. Em relação ao estágio das plantas, 30% está em fase de frutificação, 50% na floração e 20% em desenvolvimento vegetativo.
“A grande maioria das lavouras está em uma fase importante que necessita de umidade, mas o que tivemos até então foram condições pontuais. Muitas regiões ainda apresentam os reflexos da falta de chuva. Tem áreas que ficaram sem chuva durante 50 dias e isso afetou o milho. Em alguns locais, o material (planta) é tão fraco que não servirá nem para silagem. Ouvimos muitas reclamações. Muitos produtores compartilham das mesmas frustações e preocupações”, complementa Oliva.
A região de Toledo, segundo o técnico do Deral, apresenta condições intermediárias, em relação a outras localidades da Regional. Mas a região também tem registrado desde dezembro do ano passado, altas temperaturas e poucas chuvas.
Segundo dados da Estação Meteorológica da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), campus Toledo, no verão, época mais chuvosa, foram registrados 130 milímetros a menos de chuva, sendo que o ideal para a estação seria de, aproximadamente, 450 milímetros. Mesmo com a influência do fenômeno El Niño, o período foi mais seco. “O cenário é alarmante, estamos vindo de muita seca e estamos no outono com probabilidade do fenômeno La Niña voltar no inverno o que podem impactar o agronegócio. A situação pode ficar complicada”, esclarece Paulo Oliva.
ESTADO – Em todo o estado do Paraná, o Boletim Semanal (14/2024) do Deral pontua que o calor intenso, aliado a poucas chuvas, as condições de lavoura do milho segunda safra 2023/24 tiveram uma piora significativa nas últimas semanas. Foi observado que 81% dos 2,4 milhões de hectares plantados têm condição boa no campo, enquanto 17% tem condição mediana. Já as lavouras em situação ruim permaneceram em 2%.
De modo geral, as regiões Oeste e Noroeste apresentam piores condições de lavoura para o milho segunda safra. Não havendo mudanças significativas nos próximos dias, as perdas no campo potencialmente serão elevadas, segundo o Boletim.