Cinema: Betânia fará estreia mundial no Festival de Berlim

A nova produção da Salvatore Filmes, Betânia, escrito e dirigido por Marcelo Botta, fará sua première mundial na seção Panorama do Festival de Berlim, que acontece entre 15 e 25 de fevereiro. O longa é segunda ficção da produtora, que, nesse ano, comemora seus 10 anos.

“Estrear num festival como esse é algo que pode mudar a carreira do filme. Mesmo sendo um filme que mostra uma cultura muito regional, ele aborda aspectos e conflitos extremamente globais. Mesmo sendo, em certos sentidos, uma história quase atemporal é, ao mesmo tempo, um filme muito contemporâneo. Ainda que seja um filme de arte que conseguiu passar pelo crivo de um grandíssimo festival da mais alta qualidade, é ao mesmo tempo um filme acessível, familiar, musical e popular”, comenta Botta.

Betânia é protagonizado por Diana Mattos, que intepreta a personagem-título, uma mulher que vive numa região desértica não muito longe da Amazônia. Como disse o diretor, o filme é bastante universal, mas traz marcas muito locais da cultura e da sociedade brasileiras.

“Existem mais de 60 momentos musicais dentro do filme, entre toadas de Boi, Reggae Remixes e Tambor de Crioula, entre outros gêneros. O Maranhão tem uma riqueza cultural gigantesca, mas talvez seja um tesouro que ainda não foi descoberto pelo público estrangeiro e por boa parte do público brasileiro de fora do Maranhão. Poder mostrar um pouco da grandiosidade cultural do Maranhão para o mundo é algo que nos faz extremamente felizes. Saber que vamos botar gente do mundo inteiro pra sentir o pandeirão do Boi batendo lá no fundo do coração me deixa realmente emocionado.”

O elenco é inteiramente composto por atores e atrizes maranhenses – até mesmo os persoangens franceses são feitos por franceses radicados no estado. “A maior parte do elenco está pela primeira vez em um longa de ficção. Diana Mattos, a atriz que faz a protagonista Betânia, é funcionária pública em São Luís e palhaça em apresentações para o público infantil. Sua única aparição no cinema brasileiro foi em um plano detalhe de sua mão em ‘Carlota Joaquina’ da Carla Camurati.”

Botta conta que Betânia foi um dos primeiros longas rodados no final da pandemia, e é um projeto que está intimamente ligado com o momento histórico do país. “Fazer esse filme foi o que nos manteve firmes e ativos durante o pior momento para o cinema autoral na história recente do Brasil. Sobrevivemos. E mais do que isso, com o longa respondemos a todo esse processo histórico no qual sofremos golpes e tentativas de golpe para dizer em alto e bom som que o cinema brasileiro merece respeito e que o cinema brasileiro estará a cada dia mais forte do que nunca.”

SÃO PAULO

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