China e Rússia rebatem críticas de Biden sobre ausência de líderes na COP-26
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, destacou que a Rússia leva o aquecimento global a sério e que as ações que o país toma contra as mudanças climáticas são “consistentes, ponderadas e sérias”. A ausência de Vladimir Putin também havia sido alvo de críticas de Biden os últimos dias.
“A tundra queima. Mas não vamos esquecer que as florestas também queimam na Califórnia, Turquia e outras partes do mundo”, rebateu Peskov. “Não minimizamos a importância do que está acontecendo em Glasgow. (Mas) As ações climáticas da Rússia não são orientadas para este ou aquele evento.”
Tanto Jinping quanto Putin associaram suas ausências à pandemia. A Rússia enfrenta um dos piores momentos da crise sanitária desde o registro dos primeiros casos. Já o chinês não deixa o país desde 2020, quando as primeiras infecções pelo coronavírus foram confirmadas.
O presidente dos Estados Unidos (EUA) Joe Biden, na terça-feira, 2, criticou a ausência de Xi Jinping e Vladimir Putin, na Conferência do Clima (COP-26), que começou no domingo, 31. Para Biden, o não comparecimento deles significou um “dar de costas” para os sérios problemas ambientais enfrentados na cúpula e a perda de uma chance para se firmar como uma liderança mundial.
“A China está tentando ter, compreensivelmente, um novo papel como líder mundial e não aparece por aqui?”, questionou em coletiva de imprensa. “É o assunto mais importante para a comunidade internacional, da Islândia à Austrália, e eles vão… O mesmo com (Vladimir) Putin e a Rússia. Sua tundra está queimando, literalmente, sua tundra está queimando. Ele enfrenta problemas climáticos muito, muito sérios, mas está em silêncio.”
Em um discurso altamente crítico em relação a líderes que não viajaram a Glasgow, Biden reconheceu que está “preocupado” com o meio ambiente, mas “otimista” sobre avanços com os acordos firmados. “Não consigo pensar em dois dias em que se tenha conseguido mais no clima do que nos dois últimos”, afirmou. Assim como o russo e o chinês, o presidente Jair Bolsonaro não compareceu presencialmente à cúpula.
Ainda na terça-feira, 2, antes das declarações do americano, Rússia e China, entre os três maiores emissores de metano do mundo, não assinaram um acordo para reduzir as emissões do gás de efeito estufa em 30% até 2030. Embora desapareça mais rápido da atmosfera do que o gás carbônico, o metano tem um potencial de aquecimento cerca de 80 vezes maior. Por isso, reduzir a liberação do poluente é estratégico para acelerar o combate às mudanças climáticas. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)
Comentários estão fechados.