Centro de Reabilitação Física: curso de Fisioterapia da Unioeste oferece serviço gratuito à comunidade

O curso de fisioterapia chegou à Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), em 2001 e se tornou referência na região, porém foi no ano de 2010 que um grande salto foi possível, principalmente para integrar o curso à comunidade: a instauração de uma grande estrutura, o Centro de Reabilitação Física (CRF)/Clínica de Fisioterapia no campus da Unioeste em Cascavel.

O Centro de Reabilitação Física é um centro de atendimento conveniado ao Sistema Único de Saúde (SUS) que atende todos os municípios correspondentes a 10ª Regional de Saúde. O horário de funcionamento é de segunda a sexta das 7h às 19h. O CRF atende qualquer cidadão, contanto que seja encaminhado por um profissional da saúde, ou seja, o paciente procura uma unidade de saúde e nessa unidade, o profissional faz a indicação para o atendimento na Unioeste.

Como é um projeto para que os alunos possam colocar o ensino em prática e atender a comunidade, o Centro de Reabilitação Física abrange basicamente todas as áreas da Fisioterapia, como ortopedia, neurologia, pediatria, geriatria, cardiologia, pneumologia etc. Além de atendimentos na área da Fisioterapia, o centro conta com atendimentos na área de Fonoaudiologia, Nutrição, Psicologia e Medicina, e com uma equipe formada por docentes, acadêmicos e terceirizados. Segundo Rodrigo Genske, diretor da Clínica de Fisioterapia, todo o paciente do centro deve passar por todas as especificações, mesmo sendo apenas para uma avaliação, “o paciente precisa passar pela equipe multidisciplinar, é uma via de regra, ele passa por todas as especialidades quando entra na terapia. Ele não vem para fazer apenas uma coisa, ele vem para ser atendido por toda a equipe”.

ATENDIMENTO – Além dos atendimentos, o Centro de Reabilitação Física fornece órteses e próteses aos pacientes, como cadeiras de rodas, muletas, andadores, cadeiras motorizadas e próteses baixa e média complexidade. Esses tipos de próteses são modelos mais simples, mais adaptadores para pacientes que apresentam alguma deficiência, por exemplo, um pé torto, dificuldade na marcha, dificuldade na escrita, ou seja, alguma mobilidade comprometida. “Nós entregamos em média, 10 cadeiras motorizadas por mês, tudo via SUS”, comenta Rodrigo.

A estrutura do Centro de Reabilitação Física conta com várias salas de atendimento das diversas áreas divididas em dois andares, salas de aula, laboratórios e uma piscina grande para o atendimento da hidroterapia. Devido a grande demanda de atendimentos, existe uma pretensão de aumento da estrutura, para que o Centro suporte mais pacientes. 

A procura pela Clínica de Fisioterapia da Unioeste é grande, porém no último ano tudo precisou ser reajustado. Durante todo o período de pandemia houve atendimento, porém com uma redução no número de pacientes. Antes, o atendimento de credenciamento do Centro junto ao SUS era de 4900 atendimentos no mês. Devido a pandemia, a clínica está atendendo um pouco mais de 50% de sua capacidade, a média fica entre 2300 a 2600 atendimentos no mês, seguindo todas as normas de segurança contra a Covid-19. Rodrigo conta que, de início, não foi muito fácil, pois o número de atendimentos era grande e os pacientes tinham dificuldade em entender o motivo “quando começou a ter um número grande de pessoas comprometidas devido a doença, começaram a visualizar, os próprios pacientes começaram a desmarcar, pedindo para esperar a situação melhorar um pouco”, explica.  

A Universidade dá esse suporte à regional da saúde com o intuito de agilizar o processo e diminuir as filas de espera para tratamentos, com o trabalho é possível dar um alívio para sobrecarga “O curso se mostra cada vez mais presente na comunidade justamente para dar esse amparo aos pacientes”, comenta Rodrigo.

CLÍNICA ESCOLA – O Centro de Reabilitação Física, além do trabalho externo, também é uma oportunidade para os acadêmicos colocarem em prática todo o aprendizado, alunos do curso de Fisioterapia da Unioeste, começam a ter aulas práticas na clínica desde o primeiro ano e no último fazem apenas estágio – 4 estágios na clínica e 3 no Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP). Ainda além da Unioeste e do HUOP, os acadêmicos estão inseridos na comunidade, tendo aulas e estágios em asilos, Unidades Básicas de Saúde (UBS) e postos de saúde. Natiely Canola é acadêmica do quarto ano de Fisioterapia e monitora da Atividade Prática Supervisionada (APS) na clínica, e enxerga a prática na Unioeste como o início de sua profissão “vejo como uma bagagem muito grande para quando eu sair daqui, porque vou ter uma experiência com o paciente, de como tratar, como lidar, como ter essa relação de fisioterapeuta com paciente, uma relação profissional que aprendemos desde o primeiro ano”, comenta.

O auxílio de um profissional é indispensável, fato que a clínica também consegue suprir. “Aqui na Unioeste nos sentimos muito acolhidos, tanto pelos professores quanto pelos pacientes. É uma boa experiência estar em contato com esses pacientes e ter a orientação dos professores desde o início da faculdade, sempre nos corrigindo, orientando, mostrando um caminho para seguirmos”, conta Natiely. Outro ponto positivo é que a universidade consegue transmitir esse apoio à comunidade para os alunos, Natiely comenta que é muito boa essa relação entre universidade e comunidade “é muito legal essa parte de irmos para a comunidade, dos pacientes virem para cá e também de podermos fazer a extensão de sair da faculdade e ir para bairros, para UBSs, escolas, essa parte é muito legal porque a gente acaba conhecendo a realidade de várias pessoas, de como é o Sistema Único de Saúde, conhecendo a realidade do paciente pensando ‘seria muito bom que ele fizesse isso’, mas as vezes ele não tem condição de fazer. Então é gratificante você estar ali, dando uma qualidade de vida melhor para ele”. 

A comunidade reconhece todo esse apoio da Unioeste e a importância do curso, segundo Rodrigo, há uma grande aceitação por parte dos pacientes “eles incentivam, apoiam, sempre que precisa relatam a importância do curso para nós”. Antenor Berto, tem 77 anos e é paciente da Clínica de Restauração Física há mais ou menos dois anos, para ele os resultados estão sendo positivos. Um médico o encaminhou para a Clínica de Fisioterapia da Unioeste pois possui um problema na coluna e várias dores no corpo. “Seu Antenor” como é chamado pelas acadêmicas, está gostando muito das sessões e do atendimento “são todos muito atenciosos por aqui, dão bastante suporte” está vendo resultado, pois as dores não o incomodam mais, “só paro de fazer quando me mandarem mesmo, porque não quero parar”, completa. 

CASCAVEL

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