Cenário epidemiológico deve permanecer por até duas semanas em Toledo

O aumento de casos suspeitos de Covid-19 no início de 2022 tem preocupado as autoridades em Saúde do município de Toledo. As queixas de sintomas gripais (tosse, coriza, dor de garganta, febre, entre outros) se tornaram muito frequentes, gerando filas até em farmácias, planos de saúde e serviços que realizam testagem.

A semana epidemiológica SE02/2022 (entre 09 e 15 de janeiro) bateu o recorde de casos suspeitos desde o início da pandemia, foram registrados 3508 casos no total. A semana anterior, SE01/2022 (entre 02 e 08 de janeiro) foram 2096 casos suspeitos. A previsão dos profissionais de saúde é que haja um aumento dos casos suspeitos nos próximos dias.

Se considerar a média móvel de casos, há 14 dias era de apenas dois casos, em seguida evoluiu para 67 casos há uma semana e atualmente a média móvel diária de casos é de 159. O diretor da Secretaria da Saúde, o médico Fernando Pedrotti explica que existe uma linha de ação exclusiva acompanhar esse aumento de casos, inclusive para identificar quando há surto da doença.

“Vamos lembrar que a ocorrência de surto se dá pelo fato de que a doença começa a se transmitir entre um a dois dias antes do início dos sintomas. Por isso é importante as medidas preventivas. Nós sabemos que a chance de ocorrência de surtos é tanto maior quanto maior o número de pessoas em determinado local e, tanto maior quanto maior for a ausência dos cuidados de prevenção”.

Contudo, Pedrotti esclarece também que não se pode afirmar que o surto é ausência de cuidados. Mesmo seguindo todos os protocolos é possível que aconteça. “O surto é ocorrência de três ou mais casos dentro de um mesmo ambiente. É preciso que as pessoas tenham contato entre si e a situação precisa ter correlação temporal”, salienta.

CONTÁGIO – O médico acrescenta que a Covid-19 tem um tempo de incubação, ou seja, o período entre o contágio e o início dos sintomas é de cinco a seis dias no máximo. “No caso da variante Ômicron esse período é menor ainda, é de um a dois dias. Até o momento, não tem nenhum exame que confirma a circulação da Ômicron no nosso município. Mas isso não significa que ela não esteja circulando aqui porque os testes para detectar a variante é por amostragem”.

Contudo, pelo rápido aumento de casos e pelo comportamento da doença, Pedrotti comenta que é possível que a nova variante esteja circulando em Toledo. “Quando unimos o comportamento da doença, que na maioria dos casos não tem evoluído para uma forma grave, associada a um incremento absurdo de novos casos, tudo indica ser a Ômicron. Ela tem altíssima transmissibilidade e uma cepa ainda mais transmissível representa maior chance e mais pessoas contaminadas. Então a chance de ocorrer surto aumenta a partir do momento que isso ocorre”.

ALERTA – O cenário atual da Covid-19 no município foi apresentado ontem (18) na reunião do Centro de Operações Emergenciais (COE). Foi decidido manter a Bandeira Vermelha para, pelos menos, os próximos sete dias, indicando um alto índice de transmissão para o coronavírus em Toledo. No entanto, o diretor da Secretaria da Saúde, acrescenta que a situação do Município pode se estender por até 15 dias.

“Esperamos que pelo nosso percentual de vacinados possamos ter uma duração um pouco menor, mas isso é uma expectativa. O COE também encaminhou orientações ao Município a respeito do presente momento epidemiológico que serão avaliadas pela gestão municipal”, conclui.

Da Redação*

TOLEDO

*Com informações da Assessoria

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