Casa de Semiliberdade inicia atendimento em Toledo
Uma estrutura vai mudar o perfil da ressocialização de jovens e de adolescentes em Toledo. Uma residência com 374 metros quadrados de área construída abriga a Casa de Semiliberdade da cidade. Na última terça-feira (29), a unidade começou a funcionar de maneira definitiva. O espaço foi projetado para atender até 18 adolescentes em restrição de liberdade parcial imposta pela Justiça. Além disso, a unidade reforça o sistema de socioeducação do Paraná. A construção do espaço recebeu investimento de mais de R$ 1,3 milhão do Governo do Estado.
Em entrevistas anteriores, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior afirma que “o compromisso do Governo do Estado é de qualificar a rede de atendimento juvenil, fazendo do Sistema de Socioeducação do Paraná referência nacional”.
O diretor da Casa de Semiliberdade de Toledo, Germano Luciano da Silva, explica que a diferença da Casa para o Cense é que no último o adolescente fica internado em período integral, realizando atividades educacionais e oficinas dentro do próprio complexo. Mais do que uma estrutura física, o diretor ressalta o amparo social que os jovens terão para retomar a vida. O corpo técnico é formado por psicóloga, assistente social e pedagoga, além de 11 educadores. São profissionais especializados em ressocialização. “Anteriormente, o número de servidores não era o suficiente para dar início as atividades”, comenta Silva.
A Casa de Semiliberdade de Toledo foi inaugurada no período da pandemia e, por isso, não poderia receber adolescentes naquele momento diferente do Cense. “Quando houve a liberação para começarmos as atividades, a unidade local estava com falta de efetivo. Agora, conseguimos preencher o efetivo e iniciaremos os atendimentos”, afirma Silva.
O diretor complementa que um ofício foi encaminhado ao juiz informando o início da atividade da Casa. “Desde terça-feira, o juiz pode aplicar a medida de semiliberdade”. Silva explica que ainda por conta das restrições sanitárias em virtude da pandemia da Covid-19, a unidade vai atender oito adolescentes neste primeiro momento.
SOCIALIZAÇÃO – O atendimento na Casa de Semiliberdade é uma medida socioeducativa e, normalmente, o adolescente já vive a situação de progressão de medida. O diretor pontua que o adolescente – geralmente – passou por um período no Cense. “Na Casa de Semiliberdade, ele dá sequência ao trabalho, a realização de curso e mantém o contato com a sua família ou amigos”.
Durante a semana, o jovem realiza suas atividades na unidade e as externas, como escolarização ou cursos. “Os adolescentes são direcionados para terem autonomia e em um determinado espaço de tempo desejamos que a sociedade não os identifique como um adolescente que está cumprindo medida socioeducativa”.
REDE DE APOIO – A estrutura possui dormitórios, refeitório e área de lazer. Além disso, uma horta vai ajudar na preparação da alimentação diária, produzida na própria unidade. Os adolescentes serão responsáveis por cuidar da plantação.
O Paraná conta atualmente com nove Casas de Semiliberdade, localizadas em oito municípios: Londrina, Cascavel, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Paranavaí, Umuarama, Toledo e Curitiba, que tem duas estruturas. São 133 vagas, com sete exclusivas para mulheres.
O diretor salienta que os adolescentes que serão encaminhados para a Casa de Semiliberdade de Toledo devem possuir residência em uma área de 150 Km da unidade. “Preparamos o adolescente para retornar ao convívio da sociedade, ou seja, realizamos um trabalho mais próximo da realidade social deste adolescente”. Silva ainda destaca a importância do trabalho da rede em Toledo. “Nós fomos bem recebidos no município”.
Da Redação
TOLEDO