Capela que ‘flutuava’ reabre em São Paulo
O evento será exclusivo para convidados e autoridades e terá celebração religiosa conduzida pelo arcebispo de São Paulo, cardeal D. Odilo Scherer. Também marcará a inauguração do primeiro espaço do megacomplexo bilionário de luxo Cidade Matarazzo, instalado onde funcionava o centenário Hospital Umberto I, a uma quadra da Avenida Paulista, no centro expandido de São Paulo.
Será a primeira de uma série de inaugurações da primeira fase do complexo. A seguinte ocorrerá em 15 de dezembro, com abertura do hotel Rosewood, de seis estrelas, no espaço da antiga maternidade. O cronograma é paulatino até abril e abrange outros espaços gastronômicos, o restante do hotel, um espaço de eventos e um edifício comercial. As demais inaugurações, voltadas para a moda e cultura, ficarão para 2023.
EM VOLTA DA CAPELA
O empresário francês Alexandre Allard, idealizador do projeto, observa que, como outras tantas cidades brasileiras, a Cidade Matarazzo também cresceu em volta de um templo católico. “Tudo sempre começou em uma capela. A capela é um símbolo do trabalho que fizemos aqui, de mostrar que o caminho da preservação, do cuidar, é o caminho do futuro”, afirmou, referindo-se especialmente à grande obra de escavação que exigiu a sustentação aérea da capela por quase dois anos para a criação de oito pavimentos subterrâneos, incluindo o centro de eventos. “Todo o mundo conhece as imagens da capela ‘voando’. Isso define a ambição do nosso projeto.”
Durante as escavações, os trabalhos na capela continuaram. “O pessoal estava cavando e a gente restaurando em cima. A estrutura nesses casos sempre mexe, mas não pode mexer muito “, conta o arquiteto Roberto Toffoli, que chefiou o restauro.
HISTÓRIA
A capela foi erguida a pedido de Virginia Matarazzo, cunhada do industrial Conde de Matarazzo, após a cura da doença de um filho. Ela foi inaugurada em 1922, destacando-se pela fachada neoclássica e os vitrais art-déco coloridos.
Na parte externa, descobriu-se que o revestimento original era de uma argamassa que imitava tijolos intercalados, técnica comum na Itália há cem anos. Além disso, as paredes internas eram revestidas com a técnica “escaiola”, que dá a aparência de mármore polido. Durante os trabalhos, descobriu-se também que originalmente ela teria uma rosácea (espécie de vitral redondo) na fachada, o que foi resgatado com a criação de uma nova rosácea pelo artista Vik Muniz, inspirada em Santa Luzia. A nova peça foi instalada onde antes havia uma marca de cruz.
A próxima celebração após a reabertura será a missa de Solenidade de Cristo Rei, em 21 de novembro, com o padre Maurício Matarazzo Falcão, tataraneto da Condessa Filomena Matarazzo.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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