Bruna Morato: Prevent Senior tinha segurança de que não seria fiscalizada
“A Prevent Senior tinha segurança que ela não sofreria fiscalização do Ministério da Saúde ou de outros órgãos vinculados ao Ministério da Saúde. Inclusive foi essa segurança que fez nascer neles o interesse de iniciar um protocolo experimental, cientes de que não seriam devidamente investigados ou averiguados pelo ministério”, disse Morato em depoimento à CPI da Covid. Segundo ela, essa “segurança” na empresa surgiu após contato com o grupo que ficou conhecido como gabinete paralelo.
Há pouco, a comissão aprovou um requerimento para pedir à Procuradoria da República e à Polícia Federal que investigue supostas omissões do Conselho Federal de Medicina (CFM), do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) envolvendo supostas irregularidades cometidas pela operadora de saúde.
“A partir do momento que a Prevent Senior se aproxima dos interesses do governo federal, os médicos têm a impressão de que não haverá a fiscalização de qualquer vinculado ao Ministério da Saúde. É o que valida a possibilidade de não só a entrega desses kits ou atitudes sem autorização do comitê de ética médica, mas também de uma série de outras experiências que ocorreram dentro da instituição, a utilização de medicamentos e terapias sem a devida autorização, consentimento dos pacientes. A sensação que se tinha na instituição é que eles tinham autorização para fazer o que quisessem, como quisessem, e por isso chegamos a esse relato”, disse Morato.
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