Bolsonaro vetou distribuição de absorventes por disputa política, diz deputada
“Está claro que Bolsonaro quis fazer uma disputa política em cima do projeto. Ele faz isso com tudo, como fez com a vacina, por exemplo. Em três anos, nós conseguimos unir o Congresso em torno desse projeto dos absorventes gratuitos. Tudo tinha sido acordado com a oposição, inclusive, mas ele faz isso como perseguição”, disse Marília ao Estadão/Broadcast Político.
A deputada lembra que o texto enviado ao chefe do Executivo previa claramente as fontes de recursos para bancar a iniciativa, como o SUS e Fundo Penitenciário (Funpen). Bolsonaro vetou a proposta sob alegação de que o texto não indicaria uma “fonte de custeio ou medida compensatória”.
A estimativa para financiar o projeto é de R$ 84 milhões por ano, o suficiente para atender cerca de 6 milhões de meninas e mulheres. “Está lá claramente apontado que seria por meio do SUS. O projeto é totalmente factível”, disse Marília. “Esse veto é mais um sinal de menosprezo de Bolsonaro com as mulheres, principais as mais pobres e negras. As adolescentes chegam a faltar até 45 dias por ano por causa desse problema.”
A parlamentar lembra que, dada a importância da medida, a proposta teve a unanimidade do Congresso, sendo aprovada em votações simbólicas na Câmara e no Senado. “Bolsonaro coloca a disputa política acima de qualquer causa, mas tudo indica que vamos conseguir derrubar esses vetos. Estamos fazendo articulações para votar em breve o tema.”
Para se derrubar os vetos de Bolsonaro, é preciso que sejam coletados 257 votos de deputados e 41 de senadores a favor dessa proposta. Dessa forma, é possível restabelecer a proposta original.
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