Boletim de Conjuntura apresenta panorama da evolução econômica de Toledo

A realidade do setor industrial, os dados da exportação internacional, a movimentação do mercado de trabalho e o panorama da soja na entressafra são informações presentes na 11ª edição do Boletim de Conjuntura Econômica do município de Toledo. O relatório é fruto de uma parceria entre a Associação Comercial e Empresarial de Toledo (Acit) e o Núcleo de Desenvolvimento Regional (NDR) da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Toledo.

O objetivo do Boletim é fornecer informações sobre a economia municipal de forma clara e objetiva. As informações são destinadas aos cidadãos, empresários e gestores públicos. Os dados apresentados são de fontes oficiais e de organizações públicas e privadas. Com uma periodicidade de até quatro edições anuais, o Boletim consegue traçar um panorama da evolução econômica do município de Toledo.

ESTABELECIMENTOS INDUSTRIAIS – Na sua 11ª edição, o Boletim de Conjuntura apresenta que a quantidade de estabelecimentos industriais em Toledo teve seu crescimento desacelerado durante a pandemia da Covid-19, mas não comprometido. Desde o início de 2018 até o final de 2021, os estabelecimentos industriais aumentaram sistematicamente de 1.029 para 1.118, representando crescimento de 8,65% no período, com resultados positivos para quase todos os ramos de atividade.

Apesar de modesto, o aumento médio de 2,16% ao ano ainda é quase o dobro do crescimento paranaense neste intervalo de tempo. Os ramos de atividades que mais sofreram cortes foram as indústrias Têxtil, Produtos Minerais Não-metálicos e Papel e Gráfica, com reduções de 12, 10 e 7 empresas, respectivamente.

Dentre os ramos produtivos mais afortunados, o Boletim destaca a Indústria da Construção Civil, com saldo positivo de 76 novas organizações, fazendo deste o ramo industrial que mais criou empresas no município no período, repetindo uma tendência que se verifica há pelo menos duas décadas em todo o Paraná.

Outro ramo que está entre os maiores geradores de empresas e empregos industriais no Paraná desde 2000 foi a Indústria Mecânica. Ao final de 2021, essa atividade tinha 17 estabelecimentos a mais que em 2018.

Contudo, as indústrias que mais empregam no município são a Química e a de Alimentos, dominadas por grandes empresas, de acordo com o Boletim de Conjuntura. Entre 2018 e 2021, a Indústria Química aumentou em cinco estabelecimentos e a Indústria de Alimentos permaneceu estável, ao mesmo tempo que juntas foram responsáveis por mais da metade dos novos empregos do setor secundário.

“Os dados demonstram a aptidão de Toledo na área agroalimentar. Uma parte significativa da criação de indústrias no município está ligado aos setores de nutrição animal e humana. Isso demonstra a consolidação de cadeias produtivas agroindustriais no município. Outra área que tem estimulado novos negócios é a construção civil, com a criação de estabelecimentos que se integram a esse setor, como a metalúrgica, dentre outros. A expansão do setor mecânico atende desde o parque industrial até o ramo de transportes, que tem demandado cada vez mais mão de obra especializada”, explica o economista e um dos organizadores do Boletim, Jandir Ferrera de Lima.

EXPORTAÇÕES INTERNACIONAIS – Em abril de 2023, as exportações de Toledo somaram US$ 2,6 milhões, segundo informações do Boletim de Conjuntura Econômica. As importações foram de US$ 14,1 milhões o que gerou um déficit na balança comercial do município na ordem de US$ 11,5 milhões. Os produtos mais exportados foram: calçados com sola, seguido de produtos utilizados em alimentação de animais e conservas de carne. Esses três produtos totalizaram pouco mais de US$ 1,8 milhão, apenas em abril 2023. Ao todo, as exportações de Toledo nesse mês somaram US$ 2,6 milhões.

O destino dos produtos exportados por Toledo engloba países principalmente da América, entre eles: Paraguai, Uruguai, Estados Unidos, Chile e Cuba. Esses são os cinco países que mais compraram produtos de Toledo em abril de 2023. Há ainda países como Holanda, Itália e Espanha.

De acordo com Lima, o setor de exportação pode crescer. Atualmente, as micro e pequenas empresas em diversas áreas (insumos, produtos semiduráveis, alimentos, artesanato, entre outros) tem potencial. “Há programas de capacitação para exportação na região, um deles o Programa de Qualificação para Exportação (Peiex), que é capitaneado pela Unioeste, que tem fortalecido a capacidade exportadora dos pequenos negócios”, salienta o economista.

EMPREGADOS ADMITIDOS – O Boletim apresenta também que em 2023, o número nominal de empregados admitidos no município de Toledo entre janeiro e março foi de 9.744 admissões, sendo 3.118 admissões em janeiro, 3.365 admissões em fevereiro e 3.261 admissões em março. Entre os meses analisados, houve uma taxa média de crescimento (%) do número de empregados admitidos de + 2%.

Os municípios de Assis Chateaubriand, Palotina, Marechal Cândido Rondon, Cascavel e Foz do Iguaçu também foram citados no Boletim. Em 2023, de todos os municípios analisados, o mês com o menor número de admissões foi janeiro. O mês com o maior número de admissões foi fevereiro para Toledo e março para os demais municípios. Os três municípios que mais empregaram foram Cascavel (20.453), Foz do Iguaçu (10.582) e Toledo (9.744). “Esses dados mostram que o mercado de trabalho em Toledo reflete o dinamismo da economia municipal. Mas, cabe lembrar que os gargalos de capacitação e qualificação profissional ainda continuam”, enfatiza Jandir.

PANORAMA DA SOJA NA ENTRESSAFRA – Por fim, o Boletim apresenta que a comercialização da safra segue lenta, visto que até junho, historicamente, ela estava na casa dos 70%, ante os 51% desta safra. Possíveis razões para esta mudança no comportamento dos produtores seria a colheita mais tardia, dificuldades de escoamento, a superprodução e os preços menores, que atingiram o valor de R$ 120,00 pela saca de 60kg em junho, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral).

Os preços pagos ao produtor têm apresentado oscilação em razão do movimento de variáveis que afetam a oferta (produção dos principais países produtores, como Brasil, Estados Unidos, Argentina, clima, custos de produção) e a demanda (comportamento dos principais mercados, como consumo humano, animal e para a produção de energia) e, evidentemente, o câmbio e os estoques disponíveis no mercado.

Diversos aspectos que afetam diretamente o produtor e indiretamente toda a região. Uma destas foi a cotação do câmbio, que valorizou cerca 8% de agosto de 2022 até julho de 2023 (“queda” do dólar). Em meados do ano toda a estrutura de produção do setor agrícola está em intensa atividade de planejamento para a safra de verão, ao mesmo tempo em que se prepara para uma excelente produção de milho-safrinha na região.

Da Redação

TOLEDO

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