Beatriz Ferreira vence e garante pelo menos o bronze no boxe nos Jogos de Tóquio

A boxeadora Beatriz Ferreira garantiu pelo menos a medalha de bronze na categoria dos pesos leves (até 60 quilos) nos Jogos Olímpicos de Tóquio, ao vencer, nesta terça-feira, Raykhona Kodirova, representante do Usbequistão, nas quartas de final do boxe, por 5 a 0, em decisão unânime dos jurados (30 a 27 – quatro vezes – e 20 a 26).

Atual campeã mundial, Beatriz volta ao ringue na quinta-feira para a disputa da semifinal, quando terá pela frente a finlandesa Mira Marjut Johanna Potkonen, que eliminou, por 3 a 2, a turca Esra Yildiz.

Beatriz teve domínio total da luta. Já no primeiro assalto não se intimidou com o fato de a adversária ser canhota. Abdicou do jab para usar o direto de direita e teve sempre sucesso. Kodirova usou os clinches para impedir a troca de golpes na curta distancia.

Bia voltou mais rápida para o segundo assalto e passou a atacar a linha de cintura. Cruzados de direita e esquerda também atingiram, além de um forte direto de direita. O terceiro round foi bastante disputado, mas a brasileira, mais uma vez levou vantagem, demonstrando ótimo preparo físico. Mais duas ‘bombas’ explodiram no rosto da usbeque.

“A luta aconteceu como eu esperava, então pude colocar todo o planejado em prática. Ela é uma adversária dura, que suporta os golpes e por isso eu tive de ser intensa o tempo todo”, disse a boxeadora nacional. Sobre a próxima rival, quando valerá uma vaga na final olímpica, Bia esbanjou confiança. “Que venha qualquer uma. Aqui é Brasil. Pode confiar!”

Esta é a oitava medalha do boxe brasileiro em olimpíadas. Servílio de Oliveira foi bronze no México-1968, depois Esquiva Falcão, Yamaguchi Falcão e Adriana Araújo subiram no pódio em Londres-2012. Robson Conceição foi campeão na Rio-2016.

Em Tóquio, o peso pesado Abner Teixeira, que luta a semifinal ainda nesta terça-feira, e o peso médio Hebert Conceição também já têm bronze garantido.

Bia começou no boxe aos quatro anos de idade na garagem de casa, onde seu pai, Raimundo, mais conhecido no boxe como Sergipe (tricampeão baiano, bicampeão brasileiro e sparring de Popó) dava aulas para crianças carentes da região.

Por falta de competições de boxe feminino, Bia precisou esperar até 2014 para iniciar a carreira. Venceu uma luta, mas acabou desclassificada pois já havia participado de uma competição de muay thai e recebeu uma punição de dois anos, pois a Aiba (Associação Internacional de Boxe) proibia que as atletas participassem de competições por outras modalidades .

Bia voltou em 2016 e passou também a ser sparring de Adriana Araújo, medalha de bronze na Olimpíada de Londres-2012. Talentosa, ficou com a vaga da amiga, que passou para o boxe profissional. Em 30 competições internacionais, só não subiu no pódio uma vez. Entre suas principais conquistas está o título muundial, em 2019, na Rússia.

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