Ato repudia violência contra as mulheres e destaca a importância de políticas públicas

Da Redação

TOLEDO

Em repúdio a todas as formas de violência contra as mulheres e em solidariedade à família da professora Gabrielle de Lima Rodrigues, um ato público foi realizado no final da tarde da última sexta-feira (22), no Parque Ecológico Diva Paim Barth. Com roupas escuras e balões claros, diversas pessoas participaram da ação.

Gabrielle foi assassinada pelo ex-marido na noite do dia 18 de março, no Jardim Coopagro. A vítima tinha uma medida protetiva em vigor, que proibia o homem de se aproximar. O suspeito ignorou a ordem judicial e foi até a residência onde o casal morava. Além de Gabrielle, o ex-companheiro assassinou a facadas ainda o pai da vítima, de 61 anos. O crime aconteceu na frente de uma criança, de 11 anos e outra de quatro anos (filhos da vítima). O suspeito está detido e encontra-se a disposição da Justiça.

Segundo uma das organizadoras do ato Jaqueline Machado, é preciso levar mais informação para que esse tipo de violência não ocorra em Toledo. “A violência contra a mulher é um problema muito grave no Brasil e no município é semelhante. Mulheres organizadas e demais participantes organizaram o ato para acolher a família da vítima e disseminar a informação”, enfatiza.

REDE DE PROTEÇÃO – Jaqueline salienta que o município de Toledo tem estrutura para o enfrentamento da violência contra as mulheres. “Mas, ainda temos muitas questões que precisam ser ampliadas e melhoradas. Exemplo: não temos uma Vara específica para esse tipo de crime”.

Ela avalia que Toledo não possui uma estrutura adequada ou carga de atendimento na Delegacia da Mulher. “Pois, o local atende em horário comercial somente durante a semana”.

Conforme Jaqueline, o município ainda não tem casas abrigos para as mulheres, que também é um importante equipamento para a proteção e para evitar que as famílias permaneçam com os seus agressores. “Uma série de necessidades que precisa ser levantada. Enquanto sociedade, temos a obrigação de realizar as cobranças necessárias”.

ORIENTAÇÕES – O município de Toledo possui alguns equipamentos de proteção a mulher. “A Delegacia da Mulher é o primeiro espaço em que a vítima deve procurar para denunciar questões de violências”, informa Jaqueline.

Ela complementa que em caso de urgência, a mulher deve acionar a Polícia Militar ou a Polícia Civil. “Existe a necessidade de ampliação deste serviço. Ao longo do tempo, Toledo tem construído algumas ações positivas, como a Patrulha Maria da Penha”.

Jaqueline revela que Toledo possui mais de mil mulheres com medidas protetivas. “O número é considerado alto e, por isso, é preciso ampliar o atendimento para as mulheres”.

Ela destaca que é importante compreender que a medida protetiva é um dos principais mecanismos da Lei Maria da Penha para romper com o ciclo de violência e o autor ser afastado da vítima. De 2018 a 2023, o município registrou oito casos de óbitos em razão do feminicídio. “Além disso, a Lei Maria da Penha teve alteração e o autor pode ser detido a qualquer momento caso a medida seja descumprida”, finaliza Jaqueline.

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