Atlético-MG era campeão da Libertadores há 11 anos; relembre a conquista

Já se passaram 11 anos desde que o Atlético-MG conquistou a Glória eterna. Em um mesmo dia 24 de Julho, em 2013, o Galo derrotava o Olímpia-PAR nos pênaltis por 4 a 3. O título máximo do continente sul-americano veio com requintes de superação, característica que marcou aquela campanha. O time mineiro havia sido derrotado no jogo de ida por 2 a 0, no Paraguai, e teve que buscar o resultado no Mineirão, em Belo Horizonte. Naquele jogo, Jô marcou no início do segundo tempo, em falha da defesa adversária, e, ao final da etapa complementar, o zagueiro Leonardo Silva marcou de cabeça para levar a partida para os pênaltis. Na decisão, Alecsandro, Guilherme, Jô e Leonardo Silva marcaram para o Atlético. Enquanto Miranda e Giménez perderam para o time paraguaio.

Embalados pela campanha do vice-campeonato Brasileiro de 2012, o Atlético-MG manteve a base do elenco já estrelado com Ronaldinho Gaúcho e companhia. E ao longo do ano recebeu várias peças importantes para fazer com que a conquista da Copa Libertadores da América deixasse de ser apenas uma pretensão, para se tornar a realidade. As voltas do volante Gilberto Silva, do atacante Diego Tardelli e as chegadas de Alecsandro e Josué deram experiência e qualidade que o time precisava. Tanto que ao longo da campanha, o time protagonizou viradas épicas e busca de resultados improváveis, o que acabou marcando e eternizando o grito de ‘Eu acredito’, nos jogos do Galo.

Fase de Grupos

O Atlético-MG estava no grupo C junto com The Strongest-BOL, São Paulo e Arsenal de Sarandí-ARG. Nesta fase, se classificou com cinco vitórias e apenas uma derrota, esta para o The Strongest fora de casa. Somou 15 pontos e ficou em primeiro lugar na classificação geral, tendo o benefício de decidir todos os jogos do mata-mata em casa.

Os jogos mais curiosos dessa fase foram com o também clube brasileiro São Paulo. Logo na estreia do Galo, em pelo independência, Ronaldinho Gaúcho aproveitou a paralisação do árbitro da partida para tomar água junto ao goleiro são-paulino Rogério Ceni. Marcos Rocha, lateral alvinegro, percebendo a movimentação, cobrou o lateral para o ‘Bruxo’ assim que o juiz autorizou, pegando toda a zaga tricolor desguarnecida. Ronaldinho Gaúcho, então, serviu Jô para abrir o marcador. O jogo terminou 2 a 1 para o Atlético, Rever marcou para o time da casa e Aloísio, para os visitantes.

O jogo que encerrou a fase de grupos, já contava com o Atlético-MG classificado como melhor time da competição, enquanto o São Paulo precisava vencer para não depender da combinação de resultados. Com isso, na saída do intervalo para o segundo tempo, Ronaldinho Gaúcho disse que aquela partida não passava de treino para eles. Declaração que não pegou bem pelos lados do Morumbi. Com o confronto das oitavas-de-final entre os dois times brasileiros, os paulistas prometeram eliminar o time mineiro na fase seguinte.

Oitavas-de-final

Os já assumidos desafetos, Atlético-MG e São Paulo, voltaram a se enfrentar agora na fase de mata-mata, com o primeiro jogo em São Paulo. Jadson abriu o marcador para o tricolor, mas Ronaldinho Gaúcho e Diego Tardelli viraram para o Galo. Na volta, mesmo com a vantagem do empate, o Atlético não tomou conhecimento do adversário e goleou por 4 a 1. Com uma performance avassaladora, o time mineiro abriu 4 a 0 com um hat-trick de Jô e um gol de Diego Tardelli, enquanto os paulistas diminuíram com Luis Fabiano. Após a partida, Ronaldinho foi questionado sobre a recente polêmica e foi contundente. “Quando tá valendo, tá valendo”, disse.

Quartas-de-final

Em 2013, os times mexicanos ainda disputavam a Libertadores e o adversário do Atlético-MG foi o Tijuana-MEX. No primeiro jogo, após estar perdendo por 2 a 0, o Galo conseguiu buscar o empate no minuto final da partida com Luan, o ‘menino maluquinho’. Os outros gols foram marcados por Riascos e Martinez, pelo time mexicano, e Diego Tardelli pelos mineiros.

Na volta, a massa atleticana fez um grande festa no Independência e levou máscaras características do filme Pânico, a fim de ‘amedrontar o adversário’. Mas o que de fato não aconteceu. O Tijuana abriu o marcador primeiro com Riascos, logo aos 25 minutos do primeiro tempo. Quinze minutos depois, o zagueiro Rever empatou, o que dava a classificação para o time mineiro, graças aos gols fora de casa ser critério de desempate. Porém, o jogo tomou tons dramáticos quando o zagueiro Leonardo Silva cometeu falta dentro da área e o juiz assinalou pênalti, nos acréscimos do segundo tempo. O atacante colombiano Riascos foi para marca da cal, e se marcasse classificaria o Tijuana para a fase seguinte.

Ficou a cargo, então, do goleiro Victor fazer um milagre e manter os atleticanos vivos na disputa. E foi o que aconteceu. Com o pé esquerdo enquanto caía, Victor defendeu a cobrança do colombiano e se eternizou como ‘São Victor’. Com o empate, o Atlético-MG se classificou para a semifinal da Libertadores e fortaleceu ainda mais outro bordão alvinegro. ‘Caiu no Horto, tá morto’, referência às decisões positivas na Arena Independência.

Semifinais

Nas semifinais, o Atlético-MG enfrentou o time argentino que revelou Lionel Messi, o Newell’s Old Boys. A previsão de uma disputa complicada para os mineiros foi acertada. Na primeira partida, na Argentina, o Atlético perdeu por 2 a 0, com gols de Maxi Rodriguez e Scocco. Cabia, então, ao Atlético fazer valer a máxima de conseguir reverter os resultados em casa. No Independência, Bernard abriu o marcador logo no início do jogo, o que acalmou um pouco mais os ânimos e fortaleceu os gritos de ‘eu acredito’. Mas abrir o placar tão cedo não foi sinônimo de que a partida seria tranquila. Somente nos acréscimos da segunda etapa que o, até então, criticado meia Guilherme marcou o gol que faltava para levar a disputa para os pênaltis, com um belo chute de fora da área.

Nas penalidades, o clima que já era de aflição, tomou tons ainda mais dramáticos, quando nas terceiras e quartas cobranças de cada time, os batedores perderam. No entanto, no último pênalti do Galo, Ronaldinho Gaúcho foi para a batida e deixou o time mineiro em vantagem. Ficou novamente nas mãos de Victor levar decidir se iriam ou não à final inédita da Libertadores. Maxi Rodriguez foi para a bola e Victor defendeu. Festa em Belo Horizonte e criação de uma mística.

Final

Na final, o Atlético-MG enfrentou o três vezes campeão da Libertadores, Olímpia-PAR. No Paraguai, a confiança no time conhecido como Rey de Copas era enorme. Pelas ruas de Assunção, já se vendiam bandeiras com o escudo do clube com quatro estrelas, que simbolizam mais aquela disputa que sequer tinha acontecido ainda. O alto astral dos paraguaios ficou ainda mais fortalecido quando no jogo de ida, o Olímpia bateu o Atlético por 2 a 0, com gols de Silva e Pittoni.

Novamente, o Atlético precisava do simbolismo que decidir os jogos em casa carregava. Havia muita pressão pelo placar adverso e porquê o segundo jogo teve que ir pra o Mineirão (por conta da exigência de público mínimo de 30 mil torcedores imposta pela Conmebol). Talvez, a mística estivesse atrelada ao Horto. Na derradeira final, o clima da arquibancada se misturava em aflição e confiança, com cartazes escritos ‘eu acredito’ espalhados entre os torcedores.

Um primeiro tempo todo passou e nada do Galo abrir o marcador. Calhou do destino deixar para a segunda etapa. No início do segundo tempo, após um cruzamento na área de Rosinei, Jô aproveitou falha do zagueiro paraguaio e de voleio abriu o marcador. O jogo seguia e o Atlético esbarrava no desempenho defensivo adversário. Faltava um gol para levar a decisão para os penaltis. Mas foi o Olímpia quem mais assustou. Aos 38 minutos, o atacante Ferreyra se desvencilhou da marcação, passou por Victor, e com o gol aberto, na hora de finalizar, escorregou. Se fizesse, poderia ter decretado o quarto título do Rey de Copas. Emblemático.

O jogo era nervoso e se encaminhava para o final, com o vice-campeonato cada vez mis perto. Mas aos 42 minutos da etapa final, Bernard cruzou para a área e Leonardo Silva subiu mais alto que toda a zaga adversária e, de cabeça, marcou o gol de empate. Com a igualdade no placar, a decisão pela Glória Eterna foi para os penaltis, algo comum para o Atlético na campanha.

Nas penalidades, a primeira cobrança do Olimpia com Miranda parou no pé esquerdo de Victor. Na sequência Alecsandro, Guilherme, Jô e Leonardo Silva marcaram para o Atlético. Enquanto, Ferreyra, Candia e Aranda converteram para o Olimpia. A última cobrança, a bola mais importante de toda competição ficou nos pés de Giménez. Se ele marcasse, poderia estender as cobranças até a vez de Ronaldinho Gaúcho. Mas quis o destino que na cobrança do jogador paraguaio, a bola beijasse a trave e decretasse o Atlético Mineiro campeão da Libertadores pela primeira vez na história e conquistasse a Glória Eterna.

Jogadores campeões da Libertadores com o Atlético Mineiro

Goleiros: Giovanni, Lee e Victor;
Laterais: Carlos César, Junior Cesar, Marcos Rocha e Michel;
Zagueiros: Gilberto Silva, Leonardo Silva, Rafael Marques, Réver, Sidimar e Jemerson;
Volantes: Leandro Donizete, Pierre, Richarlyson, Serginho, Josué e Lucas Cândido;
Meias: Cláudio Leleu, Morais, Nikão, Ronaldinho Gaúcho e Rosinei;
Atacantes: Alecsandro, Araújo, Bernard, Diego Tardelli, Guilherme, Jô, Luan, Neto Berola e Paulo Henrique.

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