Atletas brasileiros lamentam ausência de público na Olimpíada
A decisão tomada em conjunto pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), Comitê Paralímpico Internacional (IPC), Comitê Organizador, governo do Japão e governo metropolitano de Tóquio pegou de surpresa os atletas brasileiros, que sabiam que o evento já não teria a presença de torcedores estrangeiros que não morassem no Japão, decidido em março, mas ainda contavam com 50% das arenas lotadas. Agora, nem isso poderá ocorrer.
“Sentirei muita falta do calor da torcida, mas a saúde mundial e a dos japoneses são prioridade nesse momento”, comentou Jessica Yamada, que vai representar o Brasil no tênis de mesa. Seu companheiro de modalidade, Vitor Ishiy, concorda que foi tomada a melhor decisão. “Estou um pouco acostumado com a ausência de público por causa da liga na França, então acredito que não me afetará”, disse.
A única possibilidade de ter público nas arenas localizadas na capital japonesa será caso a pandemia de coronavírus tenha forte queda nos números. “No evento de uma mudança significativa no estado de infecção, uma Reunião das Cinco Partes será convocada imediatamente para revisar a capacidade de espectadores”, informou o comunicado conjunto.
O brasileiro Fernando Reis representará o Brasil no levantamento de pesos e já imagina uma competição muito distinta de tantas outras na qual já participou, incluindo os Jogos do Rio-2016. “Vai ser um evento bem diferente. Com certeza o público ajuda muito no show, na hora que você escuta seu nome o pessoal vibra, faz barulho. Mas atletas precisam se adaptar a qualquer tipo de situação e fazer o melhor. Vamos ter de lidar com isso”, avisou o atleta.
No Japão, foram registrados ontem 2.193 novos casos e 13 mortes por covid-19. Mas a média móvel de casos vem crescendo nos últimos dias e na quinta-feira atingiu o maior patamar desde 17 de junho, gerando preocupação às autoridades. Já a média móvel de óbitos está em 21, o menor patamar desde 8 de abril e em queda acentuada. Mas a preocupação é com os números da região de Tóquio, por isso o governo japonês optou por ampliar as restrições.
A avaliação é que com a chegadas de atletas e membros de delegação de mais de 200 países, a movimentação de pessoas será maior e a possibilidade de a variante Delta do coronavírus, mais infecciosa, se tornar predominante em curto espaço de tempo. Por isso o governo lançou o alerta e vai manter o estado de emergência até depois dos Jogos Olímpicos. A situação só será alterada caso ocorra uma grande desaceleração nas contaminações.
Já para os Jogos Paralímpicos, a decisão sobre a presença de público seria batida na próxima semana, mas as autoridades preferiram discutir o assunto apenas após a Olimpíada, que terá sua cerimônia de abertura em 23 de julho e de encerramento em 8 de agosto. “Agora será necessário tomar uma decisão baseada na situação de infecção prevalecendo no momento”, explicou o comunicado. A Paralimpíada será realizada entre 24 de agosto e 5 de setembro.
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