As cores de Clarice Lispector
Investigar a poética de Clarice, identificando temas e recursos estéticos presentes em sua obra, é o que propõe a exposição Constelação Clarice, que será aberta neste sábado, 23, no Instituto Moreira Salles de São Paulo. Além de aproximadamente 300 objetos da escritora (como manuscritos, fotografias, cartas e discos), a mostra traz ainda trabalhos de cerca de 20 artistas visuais mulheres, que atuaram na mesma época de Clarice, entre as décadas de 1940 e 1970. São nomes cintilantes como Maria Martins, Mira Schendel, Fayga Ostrower, Lygia Clark, Letícia Parente, Djanira e Celeida Tostes, entre outras.
“Há, na narrativa de Clarice, uma tentativa de apreender o que ela chama, em Água Viva, de o ‘instante-já’, aquilo que, como ela mesma define, ‘de tão fugidio não é mais porque agora se tornou um novo instante-já que também não é mais'”, observa a escritora e crítica de arte Veronica Stigger, que divide a curadoria da exposição com o poeta Eucanaã Ferraz. “Ou seja, há sempre uma tentativa de apreender um átimo – e este, por definição, sempre escapa.”
A exposição, que ocupa dois andares do IMS, busca estabelecer uma conexão entre o texto da escritora e a obra das artistas. São 11 núcleos, em que o visitante vai observar trabalhos como escultura, pintura, desenho, fotografia e vídeo, que estabelecem um diálogo com trechos de textos de Clarice.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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