Após três quedas, confiança do industrial paranaense aumenta em abril

O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), medido pela pesquisa mensal da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) e pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), voltou a crescer em abril depois de três meses consecutivos de queda. Ficou em 57,1 pontos, acima dos 50, numa escala que vai até 100, na área de otimismo. Desde janeiro, quando fechou em 58,7 pontos, o indicador vinha numa trajetória decrescente. Esteve em 56,9 em fevereiro e, em março, caiu para 53,9 pontos.

A pesquisa mensal do ICEI mede o grau de confiança do empresário com relação a seus negócios e à economia. “É a maneira como ele enxerga o comportamento da atividade industrial no momento e como esse cenário afeta o desenvolvimento dos seus negócios. Momentos de incertezas como o que vivemos agora, com inflação e taxa de juros em alta e ambiente de guerra na Europa influenciam na tomada de decisões dos empresários”, explica o economista da Fiep, Marcelo Alves. “O monitoramento de indicadores que possam apontar tendências de comportamento torna-se ainda mais relevante para se vislumbrar os caminhos que determinado segmento tomará no futuro”, justifica.

A pesquisa mensal consegue captar as percepções do empresário sobre a evolução da conjuntura econômica. Pela composição do ICEI, formado pelo indicador de condições – que avalia a evolução da economia e dos negócios nos últimos seis meses – e pelo de expectativas, que faz a mesma comparação no período futuro, este foi um mês atípico. Enquanto na análise dos últimos meses o otimismo aumentou de 45,3 pontos, em março, para 48, em abril, as projeções para o futuro diminuíram. O indicador de expectativas, que tem um peso maior na composição do ICEI, saiu de 63,5 pontos, no mês passado, para 61,7 agora. “O histórico da pesquisa aponta para uma redução na pontuação média da confiança do empresário da indústria quando comparamos os quatro primeiros meses deste ano e de 2021”, informa o economista. “Saiu de 60,3 pontos no primeiro quadrimestre do ano passado para 56,6 este ano, mesmo com a segunda onda da Covid em pleno desenvolvimento neste período no ano anterior”, justifica.

Para o economista, a explicação pode ser que mesmo diante de uma piora nas condições sanitárias, havia uma alta expectativa com relação a uma retomada forte da economia em 2021. E isso se refletia nos indicadores mensais. “Agora, a inflação e a taxa de juros em alta podem ter influenciado na opinião do empresário, que também teme a escassez e alta nos preços de insumos e matérias-primas para produção. Essa cautela pode ter contribuído para a redução do otimismo de um ano para outro”, analisa Alves. O último boletim Focus emitido pelo Banco Central mostra que o índice de inflação está em 3,2% no acumulado deste ano. Em março, ficou em 1,62%. Nos últimos 12 meses, já chega a 11,30%.

Sondagem Industrial

A Sondagem Industrial Mensal de março, que se reflete nos resultados de abril, apontou que o maior problema enfrentado pelas indústrias do Paraná foi justamente o temor nos preços dos insumos. Sessenta e nove por cento dos entrevistados relataram que estão enfrentando dificuldades para receber matérias-primas e que os preços desses produtos, fundamentais para as indústrias, têm registrado aumento nos últimos meses. “Isso impacta diretamente no preço do produto final e nem sempre pode ser repassado integralmente ao consumidor sob risco do empresário perder competitividade”, conclui o economista.

Da Agência FIEP

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