Almoçar fora ou em casa: como a alimentação pode caber no orçamento?
Cozinhar em casa ou comer fora? Para evitar desperdícios e gastos, antes de decidir é importante fazer alguns cálculos para não se iludir. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) aponta que os paranaenses gastam em média R$ 37,80 para fazerem uma refeição fora de casa; já a média nacional é de R$ 40,64.
A pesquisa foi realizada, no período de fevereiro até abril deste ano, em 51 municípios e no Distrito Federal que aceitam vale-refeição como forma de pagamento. O cálculo leva em conta o consumo de um ‘prato ideal’ composto pelo prato em si, uma bebida (água, refrigerante ou suco), uma sobremesa e um cafezinho.
“Definir se a prática será almoçar em casa ou fora exige cálculos a avaliação do custo/benefício”, aponta a economista, Kelen Camargo. “Essa análise envolve o número de familiares, além do trajeto e o tempo de deslocamento (afinal o transporte está envolvido no orçamento). Logicamente, cada família tem suas particularidades, contudo, essa é a base para os cálculos”.
Kelen pontua que como a alimentação envolve os itens primordiais, cada uma deve avaliar a situação de maneira equilibrada, pois o consumo dos alimentos está diretamente ligado a qualidade de vida. Ela alerta que os cálculos precisam ter como base refeições balanceadas.
“Não adianta calcular os gastos com refeições usando como parâmetro almoçar em casa todos os dias, mas ter como base um almoço a base de macarrão instantâneo. É claro que nesse caso vai sair mais barato do que almoçar fora de casa, mas com opções variadas de pratos”, exemplifica.
INTERFERÊNCIA NOS VALORES – Ao analisar o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a economista detalhe que os dados apontam que a inflação dos preços da alimentação fora de casa é de 6,6% no acumulado de 12 meses – até o mês de maio. Ela acrescentar que o valor é menor que a alta para a alimentação em casa (16,1%).
“Em casa, os gastos envolvem também o preço do gás de cozinha, energia elétrica, preço dos alimentos (que apresentação variação de acordo com o frete para o transporte). Já quando focamos no ramo da gastronomia, além disso, a produção envolve todos os tributos legais de uma empresa, desde a contratação de colaboradores, espaço, mobília, consumo de água, entre outros itens; tudo isso vai impactar no valor final da refeição”, declara.
MEIO TERMO – Entre preparar o almoço em casa e almoçar fora, tem famílias que ficam com ‘meio termo’: as marmitas. “Fizemos todas as tentativas e a mais viável em termos de gastos, alimentação equilibrada, transporte e tempo, foi a marmita”, afirma a cabeleireira, Renata Santos.
Renata conta que ela e o marido tiveram que colocar as ‘contas no papel’ em busca de uma alternativa que coubesse no orçamento. A rotina familiar e os gostos de cada foram fatores que fizeram com que eles escolhem optar pelas marmitas.
“Eu vou trabalhar de carro e meu marido vai de motocicleta. Assim fica mais fácil, pois eu estou mais perto da escola das crianças. Consigo sair para buscar eles, passamos nos restaurantes montamos nossas marmitas e vamos para casa. Quanto meu marido chega já estamos arrumando a mesa, conseguimos almoçar todos juntos, temos um momento em família e a tarde cada um segue seus compromissos”, relata.
A VIABILIDADE FAMILIAR – Para variar o tempero, as opções de cardápio e os preços, Renata explica que a família monta ou compra pronta as marmitas em estabelecimentos diferentes, inclusive em supermercados que oferecem essas opções. Para ela, essa flexibilidade permite gastar dentro do orçamento, ter refeições equilibradas e tempo em família.
“Por um tempo tentamos preparar o almoço em casa. Fazia janta e deixava para o dia seguinte, isso é bom, mas enjoa, porque a comida não é fresca. Além disso, quando deixávamos para preparar na hora era tudo muito ‘atropelado’, mal dava tempo para fazer uma refeição completa e de conversar com as crianças e meu marido. Existem dias que não tem como passar comprar o almoço, daí temos que pedir para entregar – isso gera o custo da taxa de entrega –, porém, na maioria das vezes, nós conseguimos seguir o cronograma, pois a escola, meu trabalho e os restaurantes ficam próximos ao trajeto para casa e isso facilita nossa rotina e ajuda a economizar”, afirma.
Da Redação*
TOLEDO
*Com informações do site da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT)