Aires Coutinho anuncia estreia de espetáculo solo em 2023 em Toledo

“No ar” será o primeiro espetáculo solo que o artista circense Aires Coutinho pretende fazer para percorrer várias cidades, estreando em Toledo, na próxima edição da Mostra e Festival. Ele já faz vários números, mas este será o primeiro com uma produção efetiva, incluindo posições de cena, iluminação, música, enfim todos os detalhes para um show grandioso, contou ele. No espetáculo o artista pretende incorporar diversos personagens, transformando-se em cena, através da troca de adereços e figurinos. Os primeiros detalhes já estão definidos e ele faz questão que a estreia seja em Toledo. “Foi aqui que tive a ideia do título do espetáculo, tenho um carinho muito grande por Toledo e esta plateia maravilhosa, que nos acolhe tão bem. Ou estreio aqui ou não estreio”, frisou ele, emocionando-se.

Ele manifestou o seu desejo durante a oficina de diabolo avançado, que ministrou no Parque do Povo Luiz Cláudio Hoffmann, no domingo pela manhã. “Tenho um carinho todo especial pelo projeto do Circo da Alegria, amigos em Toledo e uma plateia maravilhosa, que recebe e trata muito bem os artistas. Isso é fruto de um trabalho maravilhoso realizado nos projetos de circo social de Toledo. E foi aqui também que tive a ideia de fazer um espetáculo solo, reunindo diferentes números em uma peça única”, completou Aires, antes mesmo de falar com o coordenador do Projeto Circo da Alegria e da XVI Mostra e IX Festival Nacional de Circo, Dado Guerra. “Eu sou muito detalhista, para mim um espetáculo tem que contemplar todos os detalhes, os diferentes números, a música, a iluminação, tudo deve se encaixar para que tenha um ótimo resultado. “No Ar, que faz referência ao meu nome Aires, será o espetáculo que vou percorrer o mundo”, sentenciou.

Atualmente residindo em Londrina, Aires é um artista que sempre se preocupou em estudar bastante e desenvolver uma pedagogia que lhe permitisse transmitir os seus conhecimentos de forma prazerosa, tanto para ele como para o aluno. “Cada um tem um corpo e as suas limitações que devem ser respeitadas. Procuro desbloquear estas limitações para que o trabalho flua e evolua”. Ele afirma que o curso de Educação Física deu a ele a preparação necessária e os demais cursos e treinos, a habilidade artística.

Para ele, que já veio a Toledo pelo menos outras cinco vezes, toda vez que retorna tem uma experiência diferente, não só pelas trocas de experiências artísticas, mas pelo carinho e tratamento entre os alunos e instrutores, o que torna a troca de informações muito mais generosa. “Aqui não se ensina apenas acrobacias, malabares. Aqui a gente percebe que o projeto não ensina apenas malabarismos, acrobacias, mas a convivência, o respeito, os valores, o que torna o trabalho tão rico e de resultados maravilhosos. Eu gosto muito de vir aqui e trabalhar com as novas crianças do projeto e com as mais velhas, que continuam sempre querendo aprender mais e mais”.

Para ele, os resultados positivos devem-se ao empenho dos principais envolvidos – citando a Tania Piazetta, o Dado Guerra e a Paula Bombonatto – que tem sempre a preocupação de fazer novos estudos e pesquisas para que o trabalho seja melhorado cada vez mais. “Eles apreenderam e continuam buscando novos conhecimentos sempre. Em Toledo o circo é usado como uma ferramenta de transformação, o verdadeiro sentido do circo social”.

Como instrutor circense nos projetos que participa, Aires sempre procura respeitar as limitações e medos de cada pessoa, para que ele aprenda e evolua gradativamente. Ele não quer que aconteça com nenhum dos seus alunos o que aconteceu com ele quando criança. Ele participava de uma aula de ginástica, quando seu professor forçou muito um movimento e ele desistiu de praticar o esporte, pelo desconforto que sentiu durante o treino. E isso levou a deixar a ginástica e investir na arte circense.

A preocupação com a formação acadêmica, afirma Aires, vem de berço. Ele conta que a sua família é bastante tradicional em Santa Catarina e seu pai deixava bem claro aos filhos que ele tinham opção de escolha do caminho a seguir, mas não podiam deixar de estudar e pesquisar para que tivessem um bom resultado em suas escolhas. A dica foi dada na prática, num dia que fazia malabarismo no sinaleiro. Ao passar o chapéu depois da apresentação, Aires se deparou com o pai no carro. Ele baixou o vidro do carro, olhou bem nos seus olhos e perguntou se era disso que ele queria viver. Aires confirmou e o pai foi categórico: “então estude para isso”.

Aires seguiu a risca a recomendação do pai. Cursou Educação Física e seguiu sua preparação com diversos cursos, pesquisas e trocas de experiências com famílias circenses tradicionais e outros artistas, levando a sua arte para vários cantos do país e ensinando outras pessoas. Atualmente em Maringá, além da preparação do espetáculo solo e oficinas, Aires dá aulas em uma escola de arte circense.

A XVI edição da Mostra de Circo Social e o IX Festival Nacional de Circo é uma realização do Circo da Alegria, Circo Ático, cozinha social, escola municipal Anita Garibaldi, prefeitura de Toledo, secretaria de Cultura, Secretaria de Educação e setor de Comunicação.

Jornalista Eliane Cargnelutti Torres

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