Agroleite 2023: Ministro da Agricultura visita Castro e ouve reivindicações de produtores

O ministro da Agricultura e da Pecuária, Carlos Fávaro, esteve na região paranaense dos Campos Gerais, na terça-feira (08/08), onde participou da abertura da Agroleite 2023, um dos principais eventos do setor leiteiro do Brasil realizado pela Cooperativa Castrolanda, em Castro. Na cidade, considerada a capital nacional do leite pelas altas taxas de produtividade, o ministro ouviu dos pecuaristas uma queixa generalizada em relação à importação de leite do Mercosul. O presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, acompanhou Fávaro em vários compromissos que antecederam a solenidade que abre a feira, prevista para às 15h.

“Esse ano houve um aumento significativo no volume do produto, o que está prejudicando os produtores paranaenses de leite, a maioria pequenos, que se dedicam à atividade”, destacou Ricken. Ele acrescentou que a importação reduziu a remuneração do produtor nacional. Em 11 de julho último, a Ocepar encaminhou um ofício ao ministro Carlos Fávaro alertando para o problema. No documento, a Organização das Cooperativas destaca que “a importação predatória de lácteos, especialmente leite em pó, com elevados volumes em curto espaço de tempo pode desestruturar o setor primário da produção brasileira”.

O mesmo documento pede, como forma de garantir o comércio leal de produtos lácteos, um maior rigor e a definição de parâmetros no processo de importação. O ofício destaca ainda que “o fortalecimento da cadeia produtiva do leite é uma ação fundamental para o contínuo crescimento da produção, especialmente da agricultura familiar, evitando o êxodo rural, gerando emprego e renda nos mais diversos municípios brasileiros e principalmente, garantindo o abastecimento da população com preços acessíveis.

MINIMIZAÇÃO DOS IMPACTOS – Em entrevista coletiva, o ministro da Agricultura disse que o assunto está sendo amplamente discutido pelo governo federal. Fávaro acrescentou que o presidente Luis Inácio Lula da Silva solicitou que fossem tomadas todas as providências para minimizar os impactos que essa importação está gerando aos produtores rurais. “Nós estamos tomando medidas de emergência para aquisição de leite em pó das cooperativas a preço de varejo, por meio da Conab, incrementando os programas sociais. Claro que é uma medida emergencial, mas nós vamos em busca das medidas estruturais para solucionar essa questão”, ressaltou.

MERCOSUL – “Nós temos um acordo no Mercosul que tem que prevalecer e ser fortalecido, mas não podemos deixar que ele se torne predatório e que haja qualquer interferência de outros países fora do Mercosul nessa distribuição de leite em pó no país. O Brasil está muito atento a isso”, acrescentou.

SOJA – Na oportunidade, o presidente da Ocepar também reforçou junto ao ministro a reivindicação dos sojicultores paranaenses para que o período de plantio da lavoura seja mantido igual ao calendário das safras anteriores, quando o prazo de semeadura se estendia de setembro a 31 de janeiro. Para a safra 2023/2024, o Ministério da Agricultura restringiu o calendário, encerrando o período de plantio em 19 de dezembro. “O nosso pedido é para que seja mantido o calendário tradicional, até 31 de janeiro, como forma de permitir melhores condições para o desenvolvimento da cultura da soja, dada a sua importância para a sua importância para a economia do estado”, reforçou Ricken.

Fávaro reconheceu a importância do pleito e disse que o pedido será atendido. “Nós compreendemos que o Brasil é um país continental, com todas as particularidades de um território deste tamanho. Nós padronizamos a calendarização da safra 2023 2024, mas sabemos que é preciso, agora, tratar as exceções de forma excepcional. E isso será feito com base na ciência e nas verdadeiras particularidades, evitando a pirataria de sementes e o plantio de soja sobre soja, que precariza nossa produção com risco sanitário. Tenho certeza de que o pleito da Ocepar, feito junto com o governo do Estado do Paraná, é legítimo. É uma janela que precisa ser estendida para uma região que é importante, que produz sementes, faz duas safras e meia a cada três anos. Isso vai ser considerado”, afirmou o ministro. Ele informou ainda que esse pedido também já havia sido feito pelo presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o deputado federal paranaense Pedro Lupion. “Agora, com o reforço do governo do Estado e da Ocepar, nós vamos começar a editar as exceções, inclusive em atendimento a outros estados e de regiões que necessitarem”, assegurou o ministro.

CASTRO

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