Aço Brasil: consumo aparente vai crescer 24,3% em 2021, para 26,7 mi de toneladas

O Instituto Aço Brasil divulgou nesta quinta-feira, 2, as suas projeções para este e o próximo ano. A estimativa para 2021 é de crescimento de 24,3% no consumo aparente em 2021, totalizando 26,7 milhões de toneladas. Este bom crescimento deve-se à retomada do mercado interno após a crise de demanda provocada pela pandemia de covid-19 no ano passado. A expectativa é de que a produção de aço bruto cresça 14,7% neste ano (para 36,0 milhões de toneladas) e as vendas internas aumentem 17,0% (chegando a 22,8 milhões de toneladas) em relação a 2020.

Diante desses resultados, o Aço Brasil diz que o mercado interno encontra-se plenamente abastecido e que os preços das commodities – que pressionaram os preços dos produtos siderúrgicos ao longo de 2020 e em parte de 2021 – vem se estabilizando e até mesmo decrescendo para alguns insumos.

Com relação a 2022, o Instituto prevê que a produção brasileira de aço bruto terá crescimento de 2,2%, alcançando 36,8 milhões de toneladas. As vendas internas devem aumentar 2,5% na comparação com este ano, chegando a 23,3 milhões de toneladas, enquanto o consumo aparente deve crescer 1,5%, atingindo 27,0 milhões de toneladas.

Em entrevista à jornalistas, o presidente do Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, disse que o setor recuperou em 2021 a década perdida desde 2013. Segundo ele, apesar de as empresas siderúrgicas estarem produzindo para atender integralmente a demanda dos seus segmentos consumidores no mercado doméstico, o grau de utilização da capacidade instalada do setor ainda é muito baixa, em torno de 70%.

Segundo o Aço Brasil, o aumento da produção de aço objetivando atender a retomada das exportações permitiria reduzir a ociosidade hoje existente, elevando o grau de utilização da capacidade instalada do setor para níveis mais próximos ou acima de 80%, considerado mundialmente como o mais adequado para operação das empresas.

“Entretanto, para viabilizar as exportações, em um cenário internacional de guerra de mercado, é necessário recompor a competitividade dos setores exportadores, como a indústria do aço, por meio do retorno do mecanismo do Reintegra que ressarce, parcialmente, os resíduos tributários embutidos nas exportações”, diz o Aço Brasil.

Segundo o Instituto, o Reintegra não é incentivo ou benefício e sim um mecanismo para evitar a taxação das exportações dos produtos brasileiros. Segundo o Aço Brasil, nos últimos anos, houve crescente estabelecimento de medidas protecionistas por vários países e, agora, aparentemente, surgem sinais de alguma flexibilização nas restrições às importações de aço, como é o caso das negociações entre os Estados Unidos e a União Europeia.

“Neste contexto, a indústria do aço brasileira tem a expectativa de que se restabeleçam as negociações com o governo americano para revisão do sistema de quotas imposto aos produtos siderúrgicos brasileiros no âmbito da Seção 232, vigente desde 2018”, diz.

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