Abril Marrom: a luta por um mundo com cores e mais qualidade de vida

O Abril Marrom é um mês de campanha de conscientização sobre a importância da prevenir e combater às causas de levam a cegueira.  Dentro dessa luta a acessibilidade, a inclusão social e a oportunidade de emprego fazem parte dos desafios daqueles que não conseguem ver. A Associação dos Deficientes Visuais de Toledo (ADVT) desenvolve trabalhos contínuos para que esse essas pessoas tenham mais qualidade de vida e que existam políticas públicas que atendam tais necessidades.

“No amplo processo de mobilização social do grupo de pessoas com deficiência visual de Toledo, que lutava contra todas as formas de tutelamento que combatiam a histórica prática de caridade e filantropia, a Associação de Pessoas com Deficiência Visual de Toledo (ADVT) – constituída em 11 de novembro de 2002”, cita o presidente da ADVT, Lucildo Teodoro. “Ela surgiu com a finalidade de lutar pela garantia dos direitos sociais e buscava no associativismo mecanismos para a organização de suas lutas e melhoria de sua posição no espaço social”.

Segundo o presidente, a organização nasceu da vontade e da ação dos indivíduos cegos que tinham como objetivo de estabelecer uma representação de um movimento independente e de inclusão social com princípios de lutas, a partir das reivindicações pelas próprias pessoas cegas e/ou com visão reduzida do município.

“Neste sentido, além de alguns avanços no implemento de política públicas, ainda percebe-se que falta muito para chegar em uma condição de uma acessibilidade plena na cidade, como podemos destacar, a partir das linhas guias construídas, sem que houvesse um diálogo com os membros da ADVT, como podemos observar a construção de chão tátil (linha guia) construídas em alguns espaços externos não possibilitando o acesso dessas linhas nos ambientes internos”, aponta.

LUTA POR QUALIDADE DE VIDA NO ABRIL MARROM

A ADVT desenvolve diversas atividades E ações que possibilitam a garantia dos direitos da cidadania das pessoas com deficiência visual em Toledo. Teodoro pontua o caso de fechamento de uma sala de recurso multifuncional que funcionava em um colégio estadual, fato que faz a entidade não desistir da batalha. “Neste sentido a entidade tem procurado realizar denúncias sobre esses descasos no sentido de possibilitar uma inclusão de fato e não apenas de direito”.

Embora a entidade não tem concluído o plano de ação para o ano de 2024, o presidente destacou a realização do 5º Seminário de Luta e Resistência, que será promovido pela ADVT em parceria com o Programa Institucional de Ações Relativas ás Pessoas com Deficiência (PEE). “Esse encontro terá como desafio problematizarmos as perspectivas da educação especial no Estado do Paraná. Diante de todos os desafios, a nossa organização tem sempre se preocupado em promover a inserção das pessoas cegas e com baixa visão, a partir da sua luta incessante no rompimento das barreiras arquitetônicas e atitudinais construídas socialmente na sociedade”, conclui.

Da Redação

TOLEDO

Sem visão: o recomeçar da vida exige determinação

Perder totalmente a visão, exigiu ainda mais adaptação da estudante, Juliana Nunes de Oliveira. Ela é uma lutadora dos direitos da pessoa daqueles que foram privados de enxergar o mundo e de ver as cores. Para ela, o Abril Marrom – mês destinado a conscientização da população para prevenção, diagnóstico, tratamento precoce e reabilitação da cegueira – é primordial na luta por mais qualidade de vida.

“Eu tenho uma condição genética, meu avô tinha e minha mãe também. Havia uma época que eu enxergava aproximadamente 5%, hoje, consigo apenas perceber claridade e tudo embaçado”, conta a estudante.

Juliana relata que quando ainda tinha mais visão, era possível sair sozinha, porém, na condição atual precisa de auxílio algumas vezes. Ela conta que na própria casa sabe o lugar dos objetos, exceto quando alguém muda de lugar. O lar é porto seguro para quem sentiu diversas dificuldades no início do processo de adaptação.

SUPERAR AS LIMITAÇÕES

“Às vezes me sinto mal pelas limitações, mas estou aprendendo a lidar com isso, porque eu quero fazer alguma coisa, mas não posso por conta das barreiras. Ir a terapia está me ajudando muito a entender essas limitações”, declara. “Nos meus planos para o futuro é me formar no curso de psicologia e ser uma psicóloga”, conclui.

Da Redação

TOLEDO

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