Abit: produção da indústria têxtil e de vestuário sobe mais de 36% até maio
Durante a apresentação do levantamento, o presidente da Abit, Fernando Pimentel, lembrou que a base de comparação é fraca, já que o comércio de vestuário e outros produtos do setor fechou entre abril e maio do ano passado. Mesmo assim, ele considerou o resultado positivo por confirmar a retomada. Pimentel destacou que em 12 meses a produção têxtil já mostra alta, de 15,6%, ao passo que a fabricação de vestuário segue em queda, porém de apenas 1,6%.
O presidente da Abit observou que a pressão de custos segue incomodando a indústria. No entanto, ele pontuou que os aumentos nos preços das matérias-primas não estão sendo totalmente repassados ao consumidor, como indica o descolamento entre índices de preços no varejo e no atacado.
Os ganhos de produtividade e competitividade, disse Pimentel, vêm sendo divididos com o consumidor, o que explica por que o aumento dos preços dos insumos não é sentido em igual intensidade no varejo.
“O setor tem sido uma verdadeira âncora para o controle de inflação e preços mais estabilizados”, comentou Pimentel, ponderando, por outro lado, que os reajustes nas tarifas de energia trazem preocupação. O cenário mais provável, contudo, é de que não haja racionamento de energia. “Não estamos trabalhando com essa previsão”, disse Pimentel.
Conforme enquete feita pela Abit com associados, 73% das empresas do setor relatam produção acima do esperado neste ano. As previsões da associação para este ano indicam crescimento de 7,4% do volume de produção de manufaturas têxteis. O prognóstico no segmento de vestuário é de avanço de 13,6% no número de peças em 2021.
As projeções ainda não indicam recuperação completa do impacto da pandemia na indústria têxtil, porém Pimentel observou que o viés é de alta e a atividade pode surpreender a depender da evolução do controle da crise sanitária.
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