A.A.: uma rede de apoio e um caminho de recuperação
A maioria das pessoas ingere algum tipo de bebida alcoólica, afinal o costume é muito antigo e faz parte da sociedade. Muitas vezes começa em casa, com os pais nas reuniões de família; outras vezes são os amigos que estimulam o consumo e até mesmo a mídia incentiva. Em uma boa festa, a bebida não pode faltar; ela é responsável pela animação, pelo encorajamento e até uma companhia para a solidão. Mas de ‘boazinha’, ela não tem nada.
Mais de dois bilhões de pessoas no mundo consomem bebida alcoólica e o fato de ser uma droga lícita na maioria dos países influencia muito no seu impacto. Cerca de 4% de todas as mortes no planeta envolvem o uso de álcool, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o que representa algo entre 2,3 milhões de mortes ao ano diretamente ocasionadas pelo uso ou abuso de bebida alcoólica.
No organismo, a bebida alcoólica provoca inúmeros malefícios, além dos distúrbios de comportamento. Mas ela também domina. Será que existe aquela alegação de ‘bebo socialmente’? Quando é que o indivíduo sabe se é um alcoólatra? Diversas campanhas são realizadas para conscientizar a população sobre os perigos desse vício. As datas de 18 e 20 de fevereiro reforçam o combate ao alcoolismo e outras drogas, faz um convite a reflexão e um apelo para ajudar quem não vê mais solução além do álcool.
AJUDA NECESSÁRIA – Um grupo de autoajuda há 87 anos tem auxiliado milhares de alcóolatras em todo o mundo a largar o vício da bebida. A Irmandade Alcoólicos Anônimos (A.A.) tem como premissas os 12 passos, um conjunto de princípios, espirituais em sua natureza que se praticados como um modo de vida, podem expulsar a compulsão pelo beber destrutivo e possibilitar que o indivíduo tenha uma vida integra, feliz e útil.
“O Alcoólicos Anônimos tem a finalidade de recuperar o alcoólatra e devolvê-lo recuperado. Os integrantes trabalham em função disso. Trabalham na sua própria recuperação. Parar de beber é o primeiro passo”, explica um integrante do grupo – com identidade preservada – e CTO do distrito de Toledo.
Ele explica que o alcoólatra que convive na sociedade em determinado momento é chamado de irresponsável como amigo, pai ou empregado. “Ele faz o uso contínuo da bebida e deixa de cumprir as responsabilidades de casa. Ele não é uma pessoa ruim. Isso tudo se dá porque ele deixou o álcool tomar conta da sua vida. Antes dele chegar nesse ponto tinha suas qualidades. Mas com o álcool se torna irresponsável. O álcool acaba com a condição financeira e o indivíduo não consegue sustentar a família. Mas no A.A. ele dá o primeiro passo parar deixar de beber”.
ACOLHIMENTO – A Irmandade acolhe jovens e adultos, de ambos os sexos, que perdem o controle da bebida e que precisam de ajuda. O grupo não faz distinção de sexo, raça, classe social ou nacionalidade. As reuniões são sigilosas e podem ser acompanhadas por um amigo ou membro da família do alcoólatra. O alcoolismo é tratado como uma doença e o grupo atua para ajudar essas pessoas. Para participar do A.A., o único requisito é ter a vontade de parar de beber.
“Seguindo os ensinamentos do grupo os participantes alcançam o objetivo, mas é uma vitória por dia. O mais importante para a recuperação do alcoólico é a frequência na reunião. Nos encontros o participante pode não querer falar, mas só ouvir os demais companheiros também é importante e o doente alcoólico vai se identificando com o grupo. Quanto mais reuniões assistir melhor para a sua recuperação e vai chegar um momento em que ele contará a sua história”, explica.
O alcoolismo é uma doença séria e que deve ser tratada. Porém não tem cura. A luta é constante. Neste momento de reflexão sobre os malefícios do alcoolismo, o grupo Alcoólicos Anônimos reforça que ainda há uma saída para quem perdeu tudo e se entregou a bebida.
“Às vezes, as famílias convivem com o problema e não sabem qual caminho seguir. Participar do A.A. deve partir do doente alcoólico, mas a família pode participar desse processo explicando que aquele comportamento não é bom. Num momento de lucidez o alcoólatra vai buscar ajuda”.
ENCONTROS – Os grupos ativos de Alcoólicos Anônimos em Toledo são: Grupo Ascese com reuniões nas terças-feiras e sextas-feiras às 20h na Rua Madri, 75. Os interessados também podem participar do Grupo Jardim com reuniões nas quintas-feiras, às 20h no mesmo local do Grupo Ascese. Há ainda o Grupo Novo Caminho com encontros todas as segundas-feiras, às 20h na Rua Nayoro, 56 no bairro Jardim Coopagro; e o Grupo Panorama com encontros todas as quartas-feiras, às 19h30 horas na Rua Ministro Petronio Portela, 90, na Igreja Luterana do Jardim Panorama.
As reuniões também são abertas para profissionais que trabalham com alcoólatras para conhecerem a realidade da pessoa, para advogados que atuam em divórcios por conta do alcoolismo, religiosos que auxiliam pessoas que tenham o vício, entre outros profissionais. Mais informações sobre o Programa e as reuniões através do telefone (45) 99925 0037.
Da Redação