Pesquisa conquista mais espaço nos locais de ensino, apesar dos desafios
O incentivo à formação de novos pesquisadores inicia em classe durante as aulas de ciência, geografia, matemática, física e demais disciplinas. Algumas iniciativas são impulsionadas por eventos ou Semanas de Ciências e Tecnologias espalhadas pelo Brasil ou em outros países.
O incentivo à formação de novos pesquisadores inicia em classe durante as aulas de ciência, geografia, matemática, física e demais disciplinas. Algumas iniciativas são impulsionadas por eventos ou Semanas de Ciências e Tecnologias espalhadas pelo Brasil ou em outros países. Em grande parte delas, o investimento é pessoal, tanto de professores como de estudantes. São jovens cientistas curiosos e que buscam respostas para seus questionamentos e também da sociedade.
Despertar para a prática da Iniciação Científica começa nos anos iniciais, passando pelos Ensinos Fundamental e Médio. Os alunos passam a ter um olhar diferenciado para a pesquisa. Em Toledo, os Jovens Cientistas do Jardim – do Colégio Estadual Jardim Porto Alegre – se destacam em eventos regionais, estaduais, nacionais e internacionais. No período de 23 a 25 de novembro, o Clube de Ciências promoveu a Exposição de Ciências Tecnologias (Expocitec) e a Feira de Ciências do Jardim Porto Alegre (FeciJPA). Ao todo foram 56 trabalhos apresentados na quadra do Colégio. Com uma participação de aproximadamente 120 estudantes, os eventos tiveram ainda a presença de pesquisadores do Rio Grande do Sul e de outros municípios do Paraná.
PESQUISAS – Segundo a coordenadora do Clube de Ciências e organizadora da Exposição Dioneia Schauren, os trabalhos da Expocitec foram avaliados com rigor científico. Já a FeciJPA aconteceu com a Expocitec e recebeu trabalhos dos estudantes do Colégio. “Esses trabalhos não precisavam possuir rigor científico. Alguns foram demonstração de algo que já existia ou até mesmo se repetiam. O importante era que cada aluno estivesse inserido nos eventos da Escola. Que eles vivenciassem esse ambiente”, pondera.
Na Expocitec, as pesquisas elaboradas foram nas áreas de Ciências Sociais; Ciências Humanas; Ciências Biológicas; Ciências Agrárias; Ciências Exatas e da Terra; Ciências da Saúde e Engenharia. “Recebemos trabalhos de alunos da Educação Infantil, Fundamental 1, Fundamental 2, Ensino Médio e Técnico de escolas públicas e privadas”, afirma Dioneia.
A coordenadora do Clube de Ciências menciona que os eventos foram maravilhosos. “Pela primeira vez, recebemos a participação de pessoas de outros estados. Sempre tínhamos a participação virtual e receber esses estudantes foi algo muito motivador”.
RECONHECIMENTO – Dioneia enfatiza que a pesquisa tem conquistado espaços. “Mas, com muita luta. Nem sempre recebemos o reconhecimento merecido. Hoje, fazer pesquisa é ainda um grande desafio”, lamenta.
Ela acredita que o avanço deve acontecer, porém a passos lentos. “A ciência faz a diferença na sociedade. Pela primeira vez, nós tivemos cinco escolas municipais participando da Feira. Em 2022, foi somente uma. Isso demonstra que o incentivo a pesquisa está aumentando e em muitos locais de ensino o estudo começa já nos Anos Iniciais, quando professores incentivam a construção do pensamento científico nas crianças”, menciona a coordenadora do Clube de Ciências do Jardim Porto Alegre.
Dioneia destaca que promover esses eventos em Toledo é uma oportunidade de mostrar o desafio em fazer pesquisa. “Além disso, é uma maneira de observar que essa luta não só do Colégio Jardim Porto Alegre, e sim, de outras instituições. Observamos que mais professores e estudantes estão na mesma batalha tentando fazer ciência e com realidades diárias distintas”.
De acordo com a coordenadora do Clube de Ciências, fazer ciência não é só pesquisar ou construir um projeto com crianças e adolescentes, e sim, é construir o senso crítico. “Essa construção faz com que os estudantes pensem e questionem os motivos. Por que é necessário fazer? Por que levou a essa decisão? São pessoas menos influenciadas por FakeNews, porque elas buscam ler mais e ter uma opinião baseada em conteúdo sólido”, finaliza Dioneia ao complementar que o estudo estimula o espírito pesquisador para o projeto e para a vida.
Da Redação
TOLEDO