22 de abril: descobrimento ou conquista do Brasil?
A data de 22 de abril é uma das mais importantes do calendário brasileiro. Ela é lembrada como o dia da chegada dos portugueses ao Brasil, em 1500. Segundo relatos históricos, os portugueses, sob o comando de Pedro Alvares Cabral, chegaram ao Brasil em suas embarcações onde conhecemos hoje como a cidade de Porto Seguro na Bahia.
Eles partiram de Lisboa, em Portugal, no dia 9 de março de 1500 pelo rio Tejo com dois objetivos principais: tratados comerciais com a Índia e explorar as terras onde seria a América. Nesse período, Portugal promovia as Grandes Navegações que exploravam as possibilidades pelo oceano Atlântico e o descobrimento do Brasil faz parte de uma dessas expedições.
Apesar da sua importância, atualmente o dia não é considerado feriado. Porém, o professor de História Leandro Crestani explica que até o ano de 1930 o dia 22 de abril era um feriado nacional.
“Ele deixou de ser feriado nessa época pelo governo de Getúlio Vargas que aboliu essa data comemorativa. Isso tem um sentido muito interessante porque ficariam dois feriados, o dia 21 e 22 de abril. E isso vai muito na construção da identidade nacional. Ou seja, o dia 22 de abril simboliza o momento da chegada dos portugueses. E a ideia de Getúlio Vargas parte da perspectiva de valorizar os heróis nacionais, então ficou a opção do 21 de abril como feriado nacional, que simboliza todo o processo da inconfidência mineira”.
REFLEXÃO – Apesar da chegada de Pedro Álvares Cabral com a frota portuguesa ser um evento histórico muito importante para a história do Brasil, Crestani cita que é preciso refletir sobre o próprio conceito desse fato. “Ou seja, será que é realmente descobrimento ou foi uma conquista do território, dado que já tinha a presença da população nativa aqui no Brasil”.
A partir da chegada dos portugueses, inúmeros eventos narram a história de uma terra que, posteriormente, recebeu o nome de Brasil. Manter essa história viva na mente de seus habitantes tem sido um desafio de pais e educadores. Afinal, é preciso conhecer nossas origens, entender quem somos e compreender nossa história.
“Eu acho que o mais importante sobre trabalhar esse fato histórico é problematizar o próprio conceito de descobrimento: é descobrimento ou conquista? Todo o processo de conquista ocorreu com essa chegada. Eu vejo a necessidade de trabalhar a partir do termo até para entender esse conceito, se é descoberta ou conquista”, finaliza Crestani.
Da Redação
TOLEDO
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